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A missão eleitoral da União Europeia na Venezuela, a primeira em 15 anos, começou a mobilizar seus observadores nesta quinta-feira (28), quando começou oficialmente a campanha para as eleições regionais de 21 de novembro.
“Esta missão é independente, imparcial, neutra”, disse a chefe da missão, a eurodeputada portuguesa Isabel Santos, que acompanhou a saída dos cerca de 40 observadores de Caracas para outros estados do país.
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“Vamos observar todo o processo, da campanha, até o momento da votação; depois a apuração, reclamações, se houver, e depois produziremos um relatório”.
Santos destacou que os “observadores não vão intervir” em caso de problemas, como é habitual neste tipo de missões tanto da UE quanto da ONU.
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Os observadores estarão em 23 dos 24 estados do país: só o Amazonas (sul) não será coberto pela missão antes das eleições. Em 18 de novembro, 34 novos observadores “de curto prazo” se unirão à missão, que contará no total com mais de 100 participantes.
“É uma grande missão comparada com outros países e com outras missões aqui” na Venezuela, afirmou Santos.
A eurodeputada socialista deixou clara que não há tensões entre Caracas e a UE, depois que o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), um ex-ministro do falecido ex-presidente Hugo Chávez, exigiu um pedido de desculpas ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, por declarar que a missão daria legitimidade às eleições.
“Fui muito bem recebida, com a delegação normal, nada a comentar”, afirmou.
A ONU e o Centro Carter vão enviar representações pequenas de “especialistas” para acompanhar estas eleições de prefeitos e governadores, das quais a oposição vai participar depois de três anos de boicote eleitoral.
As autoridades venezuelanas se mostraram reticentes no passado a permitir a entrada de observadores internacionais independentes e optavam por “missões de acompanhamento” de organizações afins ao chavismo. A UE pressionou, sem sucesso, para enviar uma missão de observação às legislativas de dezembro de 2020, das quais a oposição não participou.
A pandemia, a insegurança e problemas logísticos como a escassez de gasolina, sobretudo no interior, se destacam entre os obstáculos que os observadores terão que enfrentar.
“Estamos acostumados a circunstâncias difíceis”, disse à AFP o observador polonês Lukasz Firmanty, que será enviado ao estado de Carabobo (norte). “Estamos bem equipados”.
Cerca de 70 mil candidatos disputam governos e prefeituras, assim como cargos municipais.
Fonte: Yahoo!