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Quem nunca se perguntou o porquê de certas doenças ainda não terem cura em pleno século XXI? A resposta é que a pesquisa clínica acontece o tempo todo nos mais diversos centros de pesquisas e universidades mundiais, mas infelizmente, muitos não chegam ao fim por falta recursos e infraestrutura, ou ainda, quando concluídos, nunca chegam definitivamente ao mercado por não conseguir vencer etapas burocráticas.
Uma pesquisa translacional de biológicos realizada pelo CEVAP (Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos) da Unesp Botucatu, permitiu agilizar a transferência de resultados de pesquisa básica para pesquisas clínicas, associando variados tipos de conhecimentos médicos na prática, a fim de produzir benefícios reais para a comunidade.
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Esse modelo possibilitou que a pesquisa brasileira chegasse efetivamente ao mercado nacional na semana passada, após 25 anos de estudos. A partir do veneno de serpente cascavel, os pesquisadores brasileiros obtiveram um biopolímero ativo testado com sucesso no estancamento de hemorragias, regeneração de tecidos, cicatrização de feridas em geral e úlcera venosas, colagem de pele, nervos e gengivas, enxerto de ossos e terapia de células tronco, para aplicações em humanos e animais.
No Hospital Veterinário Chico Pupo, localizado em Botucatu, o novo biopolímero ativo foi aplicado numa cirurgia de lesão ortopédica de um cachorro, atuando em várias frentes: cola biológica, coagulação sanguínea e terapia celular, por meio de uma técnica de encapsulamento das células tronco pelo biopolímero, onde este atuou como “Scaffold”.
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“Nós padronizamos a utilização do biopolímero ativo em conjunto com células tronco mesenquimais visando acelerar a regeneração óssea. Esta metodologia permite uma nova abordagem na terapia celular, pois mantém estas células viáveis no local da lesão por 20 dias ou mais” ressalta a bióloga Patricia Orsi, pesquisadora da Kaivo Desenvolvimento em Saúde, empresa para qual o produto foi licenciado pela UNESP recentemente, e que será responsável por levar esta nova terapia ao mercado.
O uso do biopolímero em cirurgias veterinárias e humanas revolucionará a forma do tratamento de inúmeras doenças e lesões, sem suturas e com uma resposta muito mais efetiva e segura, reduzindo o tempo de recuperação.
“Poucas vezes o Brasil desenvolveu uma tecnologia completamente nova e disruptiva. Esta é uma delas. Enquanto os centros de referência mundial começam a publicar estudos que apontam a fibrina como um dos polímeros mais atraentes para engenharia de tecido da pele, nós desenvolvemos e já colocamos no mercado um biopolímero muito potente, capaz de regenerar muito além de pele. Estamos na vanguarda da biotecnologia mundial. Nós estamos a um passo de descobrir novas utilizações desse polímero ativo que será capaz de trazer soluções de muitas enfermidades e problemas médicos que até hoje não tem alternativas”, enfatiza Moacyr Bighetti, CEO da Kaivo.
Fonte: Destak Saúde