Uma em cada seis pessoas já teve ou está com dengue em Conchas

O aumento expressivo de casos de dengue na cidade de Conchas (SP) preocupa os moradores. Isso porque o município já confirmou a 7ª morte pela doença neste ano. Na região de Itapetininga (SP), ao todo, 11 mortes foram registradas.

Segundo o Painel de Arboviroses do estado de São Paulo, atualmente a cidade registra 2.367 casos da doença, o que significa que, a cada seis moradores, uma pessoa já teve ou está com dengue no município, considerando que Conchas tem 15.200 habitantes.

Em Sorocaba (SP), por exemplo, que tem mais de 720 mil habitantes e 9.371 casos de dengue, a cada grupo de aproximadamente 78 pessoas, uma contraiu a dengue.

Combate à doença

Apesar de os moradores tomarem cuidado e evitarem água parada em casa, os imóveis abandonados se tornaram uma preocupação da vizinhança em Conchas. “Eles vêm, limpam, mas os lixos continuam, e esse quintal é muito grande”, reforça Marli Aparecida de Oliveira, que mora próxima a um terreno.

Em nota, a prefeitura afirmou que equipes estão monitorando a situação e que o dono da área já foi notificado para fazer a limpeza do local.

Outro morador relembra quando pegou a doença: “Eu peguei dengue, minha família pegou, aí eu quase morri da dengue, a plaqueta abaixou muito. Pegou minha esposa primeiro, depois eu peguei… Muita dor de cabeça, diarreia, dor no corpo inteiro”, afirma Sidnei Moraes Pedro.

Segundo a secretária de saúde de Conchas, Maria Marlene Gazonato, o surgimento de novos casos na cidade está diminuindo. “Hoje, o nosso quadro é tranquilo, não temos mais a epidemia. Os postos de saúde estão fazendo a testagem, o acolhimento e as pessoas que estiverem com sintomas podem procurar todas as unidades de saúde do município”, afirma.

Mortes por dengue

Atualmente, Conchas é a cidade das regiões de Itapetininga, Sorocaba e Jundiaí que tem mais mortes por dengue. O último caso foi o de uma mulher de 77 anos que tinha pressão alta e uma doença autoimune.

Conforme o Painel de Arboviroses do estado de São Paulo, a maioria dessas mortes é de pacientes entre 65 e 79 anos, e todos eles tiveram o tipo 2 da doença, que é o mais grave.

“Os sintomas do tipo 2 são basicamente os mesmos, só que bem mais fortes, então, derruba mais a pessoa e o agravamento se dá de uma forma muito rápida, porque ele mexe com as plaquetas do sangue. Isso faz com que a pessoa tenha mais dificuldades para se restabelecer”, reforça a secretária de Saúde de Conchas.

O centro de monitoramento de pacientes que funcionava em um espaço do hospital de Conchas atendia 400 pessoas por dia durante o período de pico da doença, em fevereiro. Ele foi desativado quando os números desaceleraram, mas o trabalho de prevenção continua na cidade.

Fonte: G1