07 maio, 2024

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Um novo olhar sobre os medicamentos genéricos

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Uma nova pesquisa feita na Nova Zelândia revela que as pessoas acreditam que os medicamentos originais são mais eficazes do que as suas versões genéricas.

Os pesquisadores reuniram 87 estudantes universitários que sofriam de dores de cabeça frequentes, e deram-lhes instruções para tratar as dores de cabeça com quatro comprimidos diferentes com nomes como “Nurofen” ou nomes para o “genérico do ibuprofeno.” (Nurofen é equivalente ao Motrim.) Dois dos comprimidos eram placebos e não continham nenhuma medicação ativa, enquanto os outros dois comprimidos realmente continham ibuprofeno.

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Qual foi o resultado? Os voluntários que tomaram o placebo relataram que sentiram o mesmo grau de alívio proporcionado pelos comprimidos que continham ibuprofeno. No entanto, eles relataram que o alívio proporcionado pelos comprimidos genéricos era inferior, mesmo que alguns deles realmente contivessem ibuprofeno.

Michael White, professor titular e Chefe do Departamento de Prática Farmacêutica da Universidade de Connecticut, Estados Unidos, diz ao Yahoo Health: “Não me surpreende ver que as pessoas pensam que os medicamentos originais são superiores aos medicamentos genéricos. As pessoas pensam que é natural que elas recebam aquilo pelo que pagam, se o produto custar mais caro, ele deve ser bem melhor.”

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Andrew F. Leuchter, MD, Professor do Departamento de Psiquiatria e Ciências da Medicina Comportamental da Escola de Medicina David Geffen da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, concorda com essa afirmação. “É realmente uma questão de fazer com que as pessoas percebam o valor intrínseco das coisas,” diz ele ao Yahoo Health. “E os nossos valores são moldados por vários fatores presentes em nosso ambiente, tais como a opinião de outras pessoas, as informações sobre os custos, etc., por isso, estamos lidando com um assunto complexo. Mas geralmente as pessoas não acham que os genéricos tenham os mesmos benefícios de um medicamento original, cuja apresentação é mais elaborada e traz a marca de um laboratório de renome”.

No entanto, esses pressupostos não devem ser totalmente ignorados. O Dr. Leuchter refere-se a um recall feito em 2012, da versão genérica dos medicamentos antidepressivos Wellbutrin e Bupropiona. “Foi constatado que o genérico não tinha as mesmas características do medicamento original, e algumas pessoas tiveram uma recaída,” diz ele. “Tem ocorrido alguns casos como esse. Mesmo que eles não sejam muitos, são suficientes para levar as pessoas a pensar que os genéricos não são tão bons.”

White acrescenta que embora os dados sobre diversas doenças, incluindo problemas de coagulação sanguínea, deixem “bastante claro que os genéricos são tão eficazes como os medicamentos originais,” o mesmo não se dá com os medicamentos utilizados no tratamento da epilepsia. “Descobrimos que a troca de um medicamento original por um genérico, ou vice-versa, pode aumentar os riscos do paciente de acabar na sala de emergência de um hospital,” diz ele. “Não é que a versão da droga seja menos eficaz; o fato é que ocorrem algumas alterações na concentração sanguínea do paciente, durante as primeiras duas semanas que sucedem à troca do medicamento e essa troca pode causar instabilidade. Porém, não foi comprovado que isso ocorra com nenhuma outra doença.”

Além disso, o poder da publicidade pode influenciar a opinião das pessoas. “Existem apenas dois países no mundo que permitem a publicidade dirigida diretamente ao consumidor: os Estados Unidos e a Nova Zelândia,” afirma o Dr. Leuchter. “Portanto, o fato de que as pessoas da Nova Zelândia prefiram medicamentos originais é uma descoberta muito interessante. Talvez se trate de uma coincidência, mas acontece que esse é um dos únicos países do mundo que permite essa prática.”

Contrários à opinião pública, ambos os professores creem que os medicamentos genéricos têm o seu lugar no mercado. “É uma pena, pois os medicamentos genéricos têm baixos riscos e podem contribuir de maneira fabulosa para reduzir o custo do tratamento, em quase todos os casos,” afirma White.

“Há certas classes de fármacos para os quais eu, pessoalmente, hesitaria em prescrever um genérico,” conclui Dr. Leuchter. “Mas em geral, os medicamentos genéricos são seguros e eficazes.”

Fonte: Yahoo!

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