23 de outubro, 2024

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UE, G7 e Austrália impõem teto ao preço do petróleo russo

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Os 27 países da União Europeia (UE), o G7 e a Austrália acordaram nesta sexta-feira (2) impor um preço máximo de US$ 60 o barril de petróleo russo, uma medida inédita com a qual pretendem privar Moscou de uma importante fonte de financiamento para o invasão da Ucrânia.

O teto, previamente negociado a nível político entre a UE e o G7 (Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França, Alemanha, Japão e Canadá) mais a Austrália, entrará em vigor com um embargo da UE ao petróleo bruto a partir de segunda-feira.

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O embargo impedirá os envios de petróleo russo por navio para a UE, que representam dois terços das importações, o que impactará negativamente os cofres de guerra da Rússia em bilhões de euros.

“O G7 e a Austrália (…) chegaram a um consenso sobre um preço máximo de US$ 60 por barril para o petróleo bruto transoceânico de origem russa, em linha com a União Europeia”, anunciou o G7 em comunicado.

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O grupo garantiu que com esta decisão cumpre sua promessa de “impedir que a Rússia lucre com sua guerra agressiva contra a Ucrânia, apoiar a estabilidade nos mercados mundiais de energia e minimizar os efeitos econômicos negativos da guerra da Rússia”.

A Polônia, que exigia um preço muito mais baixo, finalmente retirou suas objeções e o representante polonês na UE, Andrzej Sados, confirmou o aval de Varsóvia na noite desta sexta-feira.

O dispositivo foi elaborado em coordenação com os países do G7, formado pelas economias ocidentais mais desenvolvidas e, em particular, com Estados Unidos, Reino Unido e Austrália.

A Casa Branca comemorou o acordo, que o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que “ajudará a limitar a capacidade de (Vladimir) Putin de lucrar com o mercado de petróleo para financiar uma máquina de guerra que continua matando ucranianos inocentes”.

A Rússia arrecadou 67 bilhões de euros (cerca de US$ 70 bilhões) com as vendas de petróleo aos países da UE desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro, de acordo com Phuc-Vinh Nguyen, especialista em energia do Instituto Jacques Delors.

Essa soma é superior ao orçamento militar anual da Rússia, que gira em torno de 60 bilhões de euros.

As seguradoras europeias também não poderão assinar apólices superiores a esse limite de US$ 60. Esta medida visa limitar os rendimentos obtidos pela Rússia com as suas exportações para países como a China e a Índia, que não impõem qualquer tipo de sanções a Moscou.

A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo e, sem essas medidas, seria fácil para ela encontrar novos mercados.

Os países do G7, por sua vez, fornecem serviços de seguro para 90% da carga mundial e a UE é um ator importante no transporte marítimo. Essa posição lhes proporciona um elemento dissuasivo crível, mas também representa um risco de perder mercado para novos concorrentes.

Impacto limitado

O barril de petróleo dos Urais, a principal referência do petróleo russo, é atualmente negociado a cerca de US$ 65, pouco acima do teto imposto pela UE, o que limitará o impacto da medida a curto prazo.

A Polônia, um aliado próximo da Ucrânia, defendia um limite de US$ 30, segundo várias fontes.

Mas as potências ocidentais devem levar em conta os interesses das seguradoras britânicas e dos armadores gregos de navios de carga.

Também tiveram que levar em conta a necessidade de o teto ser superior aos custos de produção, para evitar que a Rússia cortasse suas exportações.

“Impor um teto para os preços do petróleo é algo nunca visto antes. Estamos entrando em território desconhecido”, disse o especialista Phuc-Vinh Nguyen.

Putin alertou na semana passada sobre as “sérias consequências” de qualquer tentativa de limitar o preço do petróleo de seu país.

Alguns especialistas temem uma desestabilização do mercado mundial de petróleo e se perguntam qual será a reação dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que se reunirão neste domingo em Viena.

A Rússia já avisou que não entregará petróleo a países que pretendam impor um preço máximo às suas exportações de hidrocarbonetos.

Fortalecer o embargo

A UE já havia decidido proibir os países do bloco de comprar petróleo russo por via marítima a partir de 5 de dezembro. Esta medida eliminaria dois terços das compras europeias de petróleo russo.

Esses instrumentos surgem vários meses após os embargos ao petróleo russo impostos pelos Estados Unidos e Canadá.

A Alemanha e a Polônia também já haviam decidido encerrar suas importações por meio de um oleoduto antes do final do ano.

Com este arsenal de medidas, 90% das exportações russas de petróleo bruto para a UE serão afetadas, segundo especialistas europeus.

Fonte: Yahoo!

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