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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, reafirmou a intenção de continuar em breve suas operações militares contra os curdos na Síria.
“Não há lugar na região para os movimentos terroristas separatistas e seus aliados, isto deve ficar claro para todos. Continuaremos nossa luta contra as organizações terroristas”, afirmou o chefe de Estado.
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O anúncio foi feito durante o encontro do governante com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, que ocorreu nesta terça-feira (19), em Teerã, capital iraniana. Um dos principais focos da cúpula é justamente conversar sobre a situação na Síria, já que essas três nações protagonizam a guerra que assola o país árabe desde 2011.
Em um comunicado conjunto, os países “reafirmaram a determinação de continuar com sua cooperação atual com o objetivo de eliminar indivíduos, grupos, projetos e entidades terroristas”.
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As lideranças se opuseram, entretanto, às tentativas de criar “novas realidades sobre o terreno com o pretexto de combater o terrorismo, incluídas as ilegítimas iniciativas de autogoverno […] e as agendas separatistas”.
Erdogan ameaça realizar uma nova ofensiva no território sírio há meses e, durante a cúpula, explicou que procura o apoio da Rússia e do Irã, pois, segundo ele, as milícias curdas também são um problema para estas nações. “Palavras não são suficientes”, destacou o turco.
A Turquia planeja criar uma “zona de segurança” de 30 quilômetros na fronteira com a Síria e espera receber o sinal verde de Irã e Rússia para lançar uma ofensiva no norte do país.
Ancara quer lançar uma nova operação contra duas localidades controladas pelas Unidades de Proteção Popular (YPG, sigla em idioma curdo), uma milícia curda acusada pela Turquia de estar vinculada ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que considera como terrorista.
O que diz Khamenei
Em conversa com Erdogan, o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, prometeu cooperar com a Turquia em sua luta contra o terrorismo. No entanto, o iraniano rejeitou a ofensiva contra os curdos e classificou-a como prejudicial para a região. Para ele, o conflito deve ser resolvido com um diálogo entre Ancara, Damasco, Moscou e Teerã.
Contexto
As ofensivas da Turquia à Síria começaram em 2016 contra o grupo jihadista Estado Islâmico e contra os combatentes curdos da região semiautônoma do nordeste do país, rica em petróleo. Até 2019, o exército turco lançou três grandes operações na região com ajuda dos sírios.
Moscou e Teerã apoiam o regime de Bashar al-Assad, enquanto Ancara está ao lado dos rebeldes. Os três países lançaram, em 2017, o chamado processo de Astana (Cazaquistão), cujo objetivo oficial é trazer a paz para a Síria.
Fonte: Yahoo!