Anúncios
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se vangloriou nesta terça-feira (2) de fortalecer a Otan ao insistir em um aumento “sideral” dos gastos de defesa dos aliados que, segundo ele, costumavam se aproveitar da generosidade de Washington.
“Foram feitos enormes avanços e a Otan é muito mais forte”, disse Trump a jornalistas após se reunir com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, em visita a Washington para a comemoração dos 70 anos da aliança.
Anúncios
“A alta é sideral”, disse, referindo-se ao gasto, que descreveu como uma “montanha russa” descendente antes de ele assumir o poder, há dois anos.
“Estão pagando e estou muito feliz”, afirmou.
Anúncios
Trump expressou há tempos seu ceticismo sobre a Otan, acusando os aliados ocidentais de não aportar o suficiente para as despesas na defesa e de viver às custas da contribuição americana.
A administração Trump se irritou especialmente com a Alemanha, a maior economia da Europa, cujo governo não cumpre o compromisso dos 29 membros da Otan alcançado em 2014 de destinar 2% do PIB para a Defesa.
Entre 2016 e o final do próximo ano, os 28 membros da Otan, com exceção dos Estados Unidos, terão aumentado seus gastos militares em mais 100 bilhões de dólares em 2020 ou entrando um pouco em 2020, confirmou Trump nesta terça-feira.
Stoltenberg, ex-primeiro-ministro da Noruega, reiterou seu apoio a Trump.
“A Otan é uma aliança forte, mas para continuar sendo uma aliança forte temos que ser justos. E, portanto, os aliados têm que investir mais na defesa. Você tem uma mensagem forte a respeito e sua mensagem teve impacto”, disse.
Discurso de aniversário
A visita à Casa Branca ocorre às vésperas de Stoltenberg discursar no Congresso americano, uma honra que demonstra o firme apoio dos legisladores à Otan dos receios de Trump.
Para celebrar o 70º aniversário da Aliança, fundada em Washington em 4 de abril de 1949, os ministros das Relações Exteriores dos 29 membros se reunirão durante dois dias na capital americana, antes de uma cúpula de líderes que será realizada em dezembro em Londres.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, A Otan tem sido a associação entre a Europa e os Estados Unidos, que funde a força militar aos valores democráticos, principalmente diante das ambições nucleares da antiga União Soviética.
Atualmente, a Otan continua vendo a Rússia como uma ameaça, embora Trump insista na necessidade de melhorar os laços com Moscou.
“Espero que tenhamos uma boa relação com a Rússia”, disse na terça-feira. “Acho que nos damos muito bem com a Rússia”.
Na quinta, os ministros voltarão ao tema favorito de Trump, disse um funcionário do Departamento de Estado: “A importância de uma distribuição justa dos aportes”.
Mais ações na Ucrânia
Embora as perguntas sobre os gastos dividam a Otan, a maioria dos membros da aliança compartilha preocupações sobre a Rússia, que na Ucrânia apoia separatistas em uma guerra de baixa intensidade após se apoderar da península ucraniana da Crimeia em 2014.
“Buscaremos formas de fazer mais em toda a região do Mar Negro. Faremos mais vigilância, haverá mais navios no Mar Negro dos países da Otan e há sanções que já foram impostas” por ações contra a Ucrânia, disse a embaixadora americana na Otan, Kay Bailey Hutchison.
Stoltenberg declarou que os ministros das Relações Exteriores provavelmente concordariam em aumentar o apoio à Ucrânia e a inclusão da Geórgia, outrora comunista, inclusive através da capacitação de forças marítimas e guardas costeiras, e mais visitas e exercícios nos portos.
Disse que a Otan também discutirá os passos posteriores após o colapso do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), um acordo assinado na Guerra Fria do qual os Estados Unidos anunciaram sua retirada alegando que a Rússia deixou de respeitá-lo.
Enquanto a direita populista intensificou seus ataques contra a Otan, a aliança tem sido durante muito tempo um pesadelo para a esquerda.
Grupos pacifistas planejam marchar em Washington e realizar uma contra-conferência sobre alternativas à Otan.
Fonte: Yahoo!