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Um sindicato da Air France denunciou nesta segunda-feira (13) o “calvário” vivido pelos tripulantes de um voo com destino a Buenos Aires que, após a queixa de uma passageira, foram convocados a um tribunal argentino e “interrogados em condições que violam os direitos fundamentais”.
“Após as acusações feitas por uma passageira” que, segundo sindicato francês é a filha de “um ex-vice-ministro de Justiça”, os 14 membros da tripulação de um voo Air France viveram “48 horas de angústia” na capital argentina, apontou o sindicato SNPNC em sua página web.
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Os tripulantes foram “detidos pela polícia, interrogados em condições que violam os direitos fundamentais, acusados e alguns (foram) detidos antes de serem liberados sem explicações”, afirmou SNPNC.
Solicitada pela AFP, a direção da Air France disse estar “particularmente abalada” por esses fatos e ter “pedido às autoridades competentes que esclareçam o assunto”.
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O presidente da companhia francesa, Jean-Marc Janaillac, “expressou ao ministério das Relações Exteriores sua indignação sobre as condições de convocação e de detenção arbitrária das que foi vítima a tripulação da Air France”, apontou.
“Um silêncio das autoridades francesas […] poderia ser interpretado como uma confissão de fragilidade e como sinal de apoio para que este tipo de práticas perdure”, escreveu o SNPNC ao ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, em mensagem publicada online.
Em uma carta enviada à embaixada de Argentina na França, o sindicato narrou esses “fatos graves” e pediu que se abra uma investigação.
Segundo o SNPNC, a passageira em questão pediu para passar à classe executiva, mas o pedido foi negado por falta de assentos. Posteriormente, durante o voo, os auxiliares de voo aceitaram mudá-la de lugar, depois que ela se queixou “de um comportamento inapropriado de seu vizinho”.
De acordo com uma fonte próxima da investigação, a passageira argentina, uma médica de 29 anos, compareceu à delegacia do aeroporto internacional de Ezeiza e apresentou denúncia, acusando o vizinho de ter se masturbado no avião.
Sentada perto da janela na classe econômica, ela queixou-se durante o voo do comportamento de seu vizinho de assento, sem mencionar à tripulação o episódio da masturbação. A tripulação acordou em duas ocasiões o passageiro francês, alto e corpulento, sentado no meio de uma fileira de três assentos, porque estava ocupando espaço reservado à passageira ao lado, acrescentou a fonte.
O francês, na casa dos trinta anos, foi detido e posto em isolamento por 24 horas por decisão do juiz, sem ter acesso a um advogado, nem a assistência consular. Foi liberado no dia seguinte, sem ter sido interrogado pelo juiz.
Na terça-feira, o passageiro deveria se apresentar perante o juiz federal de Lomas de Zamora, na periferia de Buenos Aires, à qual responde o aeroporto de Ezeiza.
Antes da decolagem do avião, uma auxiliar de voo propôs à argentina mudar de assento, mas ela não quis, segundo a fonte próxima à investigação.
“Ao aterrissar, a polícia argentina reteve para interrogatório uma parte da tripulação”, que ficou detida durante 6 horas na delegacia do aeroporto, e no dia seguinte convocaram toda a tripulação a um tribunal de Buenos Aires, segundo o SNPNC.
Ali, o chefe de cabine principal foi “preso em uma cela de um metro quadrado, sem poder se sentar, beber ou comer durante várias horas” sem “nenhuma explicação”.
Posteriormente foi “interrogado por um juiz e pelo ex-vice-ministro de Justiça, pai da demandante”, que o interrogou “diretamente e várias vezes”, antes de ser liberado “sem nenhuma explicação”.
Procurados pela AFP, nem a embaixada Argentina na França, nem o ministério das Relações de Exteriores francês se manifestaram até o momento.
Fonte: Yahoo!