26 de novembro, 2024

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Tribunal dos EUA condena jihadista do Estado Islâmico por morte de reféns

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Um tribunal dos Estados Unidos condenou o jihadista do Estado Islâmico (EI) El Shafee el Sheikh nesta quinta-feira (14) por ter participado do sequestro e assassinato de quatro reféns americanos na Síria entre 2012 e 2015 como membro da célula “Beatles”.

Acusado de fazer parte da célula batizada pelos reféns por seu sotaque britânico, El Shafee, o Sheikh, foi julgado na cidade de Alexandria, perto de Washington, por seu papel na captura e morte dos jornalistas James Foley e Steven Sotloff, além dos voluntários Kayla Müller e Peter Kassig, bem como por ter apoiado uma organização terrorista.

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O júri deste julgamento em um tribunal federal levou apenas 12 horas para declará-lo culpado das oito acusações feitas contra ele.

O réu não reagiu ao ouvir o veredicto. Vários familiares das vítimas presentes no recinto tinham lágrimas nos olhos.

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Sua sentença será conhecida em 12 de agosto. Ele pode ser condenado à prisão perpétua.

El Shafee el Sheikh, 33, permaneceu em silêncio durante este primeiro grande julgamento contra o grupo jihadista nos Estados Unidos, que durou duas semanas.

Nas palavras de seu advogado, ele reconheceu ter se alistado no EI, mas negou ser um dos “Beatles”.

“Um pouco de ordem”

Os “Beatles” conduziram o sequestro entre 2012 e 2015 de pelo menos 27 reféns de quinze países (Reino Unido, Japão, Espanha, França, Dinamarca, Nova Zelândia, Peru…) e executaram uma dezena deles, gravando as mortes em vídeos de propaganda.

Durante o julgamento, cerca de dez de ex-reféns se apresentaram como testemunhas, relatando os terríveis ataques que sofreram durante o cativeiro: afogamentos simulados, espancamentos sistemáticos, tortura psicológica…

Eles descreveram homens “sádicos” que trabalhavam em “equipe”. Eles estavam sempre “mascarados” e “com luvas”, proibiam qualquer um de olhar para eles e os espancavam.

Na quarta-feira, antes da deliberação do júri, o promotor Raj Parekh disse que a promotoria reuniu “um mosaico de evidências” mostrando que ele fazia parte de uma “conspiração aterrorizante e desumana” que “levou à morte” de americanos, britânicos e japoneses.

“Um crime terrorista abre uma grande ferida em uma sociedade, só a justiça pode pôr fim a um capítulo tão monstruoso”, disse o jornalista francês Nicolas Hénin, refém entre 2013 e 2014 e que durante o julgamento descreveu a crueldade de seus carcereiros.

“Não traz os mortos de volta, não cura todas as feridas, mas acalma. Estabelece quem é o culpado, quem é a vítima e põe um pouco de ordem”, disse em mensagem à AFP.

“Sem compaixão”

A promotoria afirma que El Shafee el Sheikh era “Ringo”, enquanto alguns reféns acreditam que era “George”. Os ex-reféns chamados para depor não o identificaram como integrante do grupo.

Mas em 2018, admitiu em entrevistas a jornalistas que tinha “interagido” “sem compaixão” com reféns que vigiaga e com os quais estava sob vigilância de dois “amigos” que conheceu em Londres, Mohamed Emwazi e Alexanda Kotey.

Foi com este último que El Shafee el Sheikh foi preso em 2018 pelas forças curdas na Síria. Os dois foram transferidos aos Estados Unidos para serem julgados, mas Kotey optou por se declarar culpado e sua sentença será proferida em 29 de abril.

O membro remanescente do grupo, Mohamed Emwazi, foi morto em um ataque de drone em 2015. Ele foi apelidado de “Jihadi John” e foi identificado depois de aparecer com uma faca de açougueiro em vídeos de propaganda do Estado Islâmico mostrando a decapitação de reféns ocidentais.

Fonte: Yahoo!

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