Anúncios
Três novos acampamentos romanos fortificados foram identificados no norte da Arábia Saudita por meio do uso de sensoriamento remoto desenvolvido pela Escola de Arqueologia da Universidade de Oxford, com base no Google Earth. A descoberta foi anunciada em artigo publicado no periódico Antiquity, na quinta-feira (27).
Com preservação notável, os acampamentos podem ter sido usados apenas por alguns dias ou semanas. “Eles seguiram uma rota de caravana periférica, ligando Bayir e Dûmat al-Jandal [antigas cidades da Arábia Saudita]. Isso sugere uma estratégia para contornar a rota mais usada pelo Wadi Sirhan, adicionando um elemento de surpresa ao ataque”, comenta, em nota, Michael Fradley, líder da pesquisa e identificou os acampamentos no Google Earth pela primeira vez.
Anúncios
Entre um acampamento e outro existe uma distância de 37 a 44 quilômetros, o que fez a equipe especular que era muito longe para ser cruzado pela infantaria a pé e em um dia. Por isso, para os pesquisadores, o local foi construído por e para uma unidade de cavalaria, que conseguiria viajar por um terreno tão árido em um único dia, possivelmente em camelos. “A única diferença notável entre eles é que o acampamento mais a oeste é significativamente maior do que os dois campos. para o leste, comenta Fradley em nota.
Ademais, com base na distância entre os acampamentos, há também a teoria de que outro pode ter sido localizado mais a oeste, entre um antigo forte omíada e um poço em Bayir.
Anúncios
Para os autores do estudo, os acampamentos podem ser parte de uma campanha militar romana anteriormente não descoberta, ligada à conquista do reino nabateu, ocorrida em 106 d.C., uma civilização centrada na famosa cidade de Petra, localizada na Jordânia.
O fato dos campos recém-descobertos serem voltados para Dûmat al-Jandal, na atual Arábia Saudita, sugere que Roma teve que forçar sua conquista, contrariando a versão romana que argumenta que a transferência de poder foi feita de forma pacífica no final do último reinado nabateu.
Os pesquisadores acreditam que os acampamentos foram construídos pelo exército como estações defensivas temporárias enquanto marchavam em campanha.
Há outras questões em aberto que precisam ser respondidas. “Por que o acampamento ocidental tem o dobro da capacidade dos outros dois? A força se dividiu e, em caso afirmativo, para onde foi a outra metade? A metade foi eliminada em uma batalha ou eles permaneceram no campo? O acampamento ocidental era para reabastecer os outros campos com água?”, questiona Andrew Wilson, professor de Oxford e coautor do estudo.
Para além da participação dos arqueólogos de Oxford, os campos foram identificados pelo projeto Arqueologia Ameaçada no Oriente Médio e Norte da África (EAMENA) e posteriormente fotografados pelo projeto Arqueologia Aérea na Jordânia (APAAME).
Fonte: Galileu