27 de dezembro, 2024

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Tratamento prolonga vida de pacientes com câncer de próstata avançado

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Maioria dos casos de câncer de próstata é descoberta cedo, antes da metástase da doença (Foto: Reprodução)

A adição de uma nova droga anti-hormonal ao tratamento tradicional contra o câncer de próstata reduziu em até 38% o risco de morte entre os pacientes, segundo dois ensaios publicados neste sábado (3), que marcam um avanço importante na luta contra essa doença.

Ambos os estudos foram apresentados na conferência anual da American Society of Clinical Oncology, o maior congresso mundial sobre câncer, reunido neste fim de semana em Chicago.

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A nova molécula, a abiraterona (Zytiga), dos laboratórios Janssen, combinada com a prednisona, a terapia anti-hormonal de referência para os homens diagnosticados com um tumor na próstata que fez metástase, também permite atrasar em 18 meses (de 14,8 para 33 meses) o avanço deste câncer, afirma uma destas pesquisas clínicas de fase 3, chamada LATITUDE.

Conduzida pelo médico Karim Fizazi, chefe do Serviço de Oncologia do Instituto Gustave Roussy de Paris, a pesquisa foi realizada com 1.200 pacientes em 34 países entre fevereiro de 2013 e dezembro de 2014.

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O segundo ensaio clínico (STAMPEDE), dirigido por Nicholas James, professor de Oncologia Clínica no Hospital Queen Elizabeth de Birmingham, no Reino Unido, envolveu 2.000 homens, tratados nesse país e na Suíça.

Um acompanhamento realizado 40 meses depois concluiu que o risco de mortalidade tinha-se reduzido em 37%.

O estudo LATITUDE conseguiu uma redução do risco de morte de 38% após um período de acompanhamento de 30,4 meses, de modo que a expectativa de vida pode aumentar ainda mais em um período mais longo de tratamento.

Uma necessidade enorme

“O Zytiga não só prolonga a vida, senão que reduz em 70% o risco de recidiva e em 50% o risco de complicações ósseas”, ressaltou James.

“Considerando-se a magnitude do benefício clínico, acreditamos que o tratamento padrão para os pacientes recém-diagnosticados com câncer de próstata avançado deve mudar”, acrescentou.

Fizazi destacou “a enorme necessidade não atendida de melhorar o tratamento dos homens recém-diagnosticados com um câncer de próstata metastático, que atualmente morrem em menos de cinco anos”.

O médico lembrou que os tratamentos para o câncer de próstata não experimentaram grandes evoluções nos últimos 70 anos.

A abiraterona é uma molécula que bloqueia a produção de testosterona para os testículos, a glândula suprarrenal e o próprio tumor.

Em quase todos os casos, o câncer de próstata é um tumor hormônio-dependente cujo desenvolvimento e crescimento dependem da testosterona. Para tratá-lo, deve-se evitar que esse hormônio alcance seus alvos.

Bem tolerado

Os tratamentos anti-hormonais clássicos conseguem conter a doença durante um longo tempo, mas o câncer pode desenvolver uma resistência a esses medicamentos e invadir os ossos, provocando dores e fraturas.

De um modo geral, o Zytiga é bem tolerado e apresenta poucos efeitos colaterais, embora estes possam ser graves, como hipertensão arterial e diabetes.

“Devemos ser prudentes na utilização da abiraterona em homens que apresentam riscos cardíacos maiores”, alertou Fizazi.

Com base nesse diagnóstico, entre 10% e 15% dos pacientes apresentam metástase, em sua maioria ósseas e linfáticas.

Os resultados do ensaio clínico LATITUDE também foram publicados neste sábado na revista médica americana New England Journal of Medecine.

O câncer de próstata é a primeira causa de mortalidade masculina por câncer nos Estados Unidos, com 161.360 novos casos e 26.730 falecimentos por ano, segundo a American Cancer Society.

 

Fonte: Yahoo!

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