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Um depoimento sob juramento de um ex-membro da organização paramilitar nazista SA, há mais de 60 anos, parece reforçar as teorias de que o partido de Hitler teria responsabilidade no incêndio do Reichstag em 1933, reportaram veículos alemães nesta sexta-feira (26).
O documento, revelado pelo grupo de jornais regionais RND, data de 1955 e provém de arquivos do tribunal administrativo de Hanôver (norte da Alemanha), que confirmou sua autenticidade.
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O texto isenta o suposto autor do atentado, o sindicalista holandês Marinus van der Lubbe (foto), condenado à morte e decapitado em 1934.
O ex-SA Hans-Martin Lennings conta que conduziu o homem, que parecia, segundo ele, desorientado, da enfermaria das SA até o Reichstag. Ao chegar, ele e seus companheiros notaram “um estranho cheiro de queimado” e “uma leve fumaça saindo das salas”.
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Segundo a agência de notícias DPA, que diz possuir também uma cópia certificada do documento, Lenning (1904-1962) diz ter protestado junto a seus companheiros contra a detenção do holandês.
“Estávamos convencidos de que van der Lubbe não podia ter provocado o incêndio, já que constatamos que devia ter começado no Reichstag quando entregamos van der Lubbe”, citam os veículos.
Devido a suas objeções, Lenning e seus camaradas foram detidos preventivamente e tiveram que “assinar um papel que dizia [que não estavam] a par de nada”.
O testemunho foi dado em 1955 por ocasião da reabertura do processo de van der Lubbe a título póstumo.
Ele havia declarado que ateou fogo ao prédio e agido sozinho. O líder nazista, Adolf Hitler, o atribuiu a um complô comunista e usou o incêndio como pretexto para estabelecer sua ditadura.
Depois da guerra, surgiram polêmicas sobre uma possível responsabilidade do seu partido em uma sociedade alemã ainda impregnada pelo período nazista.
No fim dos anos 1950, o autor e ex-funcionário público Fritz Tobias publicou várias teorias apoiando a ideia de um ato isolado do militante holandês, que foram difundidas pela revista Der Spiegel.
Ao contrário, segundo a RND, uma cópia do testemunho do SA foi encontrada no legado de Fritz Tobias, falecido em 2011. Mas não se publicou na época porque contradizia sua teoria.
Fonte: Yahoo!