01 de setembro, 2025

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Telescópio James Webb encontra “berçário planetário” inundado de dióxido de carbono

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Um estudo liderado por Jenny Frediani, da Universidade de Estocolmo, revelou um disco de formação planetária com níveis excepcionalmente altos de dióxido de carbono (CO₂) em regiões onde planetas semelhantes à Terra podem surgir no futuro. A pesquisa foi publicada na revista científica Astronomy & Astrophysics e divulgada pela equipe do telescópio espacial James Webb (JWST).

Discos de formação de planetas, também chamados de discos protoplanetários, são estruturas de gás e poeira que se formam ao redor de estrelas recém-nascidas. Eles funcionam como berçários de planetas, porque é dentro deles que partículas de poeira e gelo se agrupam gradualmente para formar planetas, luas, asteroides e outros corpos do sistema planetário.

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Normalmente, em discos de formação de planetas, a água em forma de vapor domina as zonas internas, resultado da sublimação do gelo transportado das regiões mais frias para as mais quentes. No entanto, neste caso, quase não há sinais de água, e o espectro registrado pelo instrumento MIRI do Webb indica uma forte presença de CO₂.

“Isso desafia os modelos atuais de evolução química dos discos, já que a alta proporção de dióxido de carbono em relação à água não pode ser explicada pelos processos convencionais”, afirma Frediani ao site ScienceDaily.

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Nebulosa formadora de estrelas NGC 6357, a 8.000 anos-luz na constelação de Escorpião, mostrando jovens estrelas cercadas por nuvens de gás e poeira. (Foto: Dark Energy Camera / Víctor M. Blanco Telescope)

Segundo os pesquisadores, a explicação pode estar na radiação ultravioleta intensa, emitida pela estrela hospedeira ou por estrelas vizinhas massivas, capaz de alterar a química do disco. Além disso, foram identificadas variantes raras de CO₂ com diferentes isótopos de carbono e oxigênio, que podem ajudar a esclarecer mistérios sobre as assinaturas isotópicas observadas em meteoritos e cometas do nosso próprio Sistema Solar.

O disco rico em CO₂ foi encontrado na região de formação estelar NGC 6357, a cerca de 53 quatrilhões de quilômetros da Terra. A descoberta integra o projeto XUE (eXtreme Ultraviolet Environments), que investiga como ambientes de radiação extrema afetam a química dos discos onde planetas estão nascendo.

Para a astrônoma Maria-Claudia Ramirez-Tannus, do Instituto Max Planck de Astronomia e líder da colaboração, a descoberta é especial. “Ela mostra como ambientes extremos podem modificar os blocos de construção dos planetas. Como a maioria das estrelas – e provavelmente dos planetas – se forma nesses locais, compreender esses efeitos é essencial para entender a diversidade das atmosferas e o potencial de habitabilidade.”

Graças ao JWST, os cientistas agora conseguem observar discos planetários envoltos em poeira com detalhes inéditos no infravermelho, revelando como diferentes ambientes moldam os sistemas planetários em formação.

Fonte: Um Só Planeta

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