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A lenda segue invicta! Aos 30 anos, o francês Teddy Riner, tido por muitos como o maior judoca de todos os tempos, não só ampliou sua invencibilidade para 152 vitórias (nove anos ao todo), como mostrou que tem força suficiente para buscar o terceiro ouro olímpico nos Jogos de Tóquio 2020. Na final do Grand Slam de Brasília, ele desbancou o brasileiro David Moura com um ippon em apenas 20 segundos, foi campeão e chegou ao segundo título desde que voltou aos tatames após um período sabático. Depois da vitória, o francês comemorou o fato de ter conquistado mais um título no Brasil.
– No Brasil, eu já ganhei três títulos. Me sinto bem aqui. Ficar invencível não é um objetivo. Meu foco é lutar bem. Eu não estou no melhor da minha forma, mas me dediquei luta a luta na competição. Geralmente, vou além dos meus limites – afirmou o bicampeão olímpico e decacampeão mundial.
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Antes de levar o ouro em Brasília, Riner tinha vencido o Grand Prix de Montreal. A pausa na carreira começou em novembro de 2017, quando o francês venceu o Open de Marrakech, no Marrocos. Ele optou por ficar fora dos tatames para descansar, e o retorno aconteceu porque o lendário judoca, que defende o clube Paris Saint-Germain, pretende chegar até 2024 e disputar a Olimpíada em Paris, sua casa e, claro, buscar a medalha de ouro tanto na edição francesa quanto em Tóquio 2020.
Com o título no Distrito Federal, Teddy Riner acumula mais 1000 pontos no ranking mundial para a corrida olímpica de Tóquio 2020. Antes do campeonato, o judoca estava na 36ª colocação. David Moura, por sua vez, sai com mais 700 pontos.
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Além do título de Teddy Riner, as brasileiras Beatriz Souza e Maria Suelen Altheman foram ouro e prata, respectivamente, no peso-pesado feminino com uma final “caseira”, e Rafael Buzacarini, também do Brasil, saiu com a medalha de prata no -100kg masculino. Rafael Silva, o Baby, perdeu para Inal Tasoev, da Rússia, na disputa do terceiro lugar do +100kg, e ficou em quinto.
O caminho de Riner no Grand Slam
A estreia de Teddy Riner foi duríssima contra Kokoro Kageura, do Japão, e teve 5min54s. O francês teve dificuldades contra o asiático. Ele levou um shido por falta de combatividade. A luta foi para o Golden Score, mas, antes disso, o nipônico levou o atleta da França ao chão, e a torcida pediu um waza-ari, que não foi dado. Na prorrogação, o multicampeão, por duas vezes, quase conseguiu o waza-ari. Kageura levou dois shidos. Na terceira oportunidade, Riner emplacou o golpe e saiu vitorioso por waza-ari.
Em seguida, nas quartas, veio o russo Inal Tasoev, campeão mundial júnior em 2017 e do Grand Slam de Abu Dhabi em 2018. Teddy Riner teve menos dificuldades para vencer. Primeiro, conseguiu o waza-ari. Em seguida, ele conseguiu o ippon, mas o árbitro invalidou. Depois, foi a vez do atleta da Rússia conseguir o waza-ari e perdê-lo no árbitro de vídeo. E, assim, Riner seguiu adiante para encarar uma pedreira na semifinal, o tcheco Lukas Krpalek, atual campeão mundial do +100kg e campeão olímpico e mundial do -100kg – o confronto mais aguardado do Grand Slam de Brasília.
Diante do fenômeno tcheco Lukas Krpalek, atual campeão mundial dos pesos-pesados e campeão olímpico e mundial do -100kg, Teddy Riner foi dominante. Em uma luta truncada, diferente do que se esperava, o tcheco não conseguiu enganar o francês, que se manteve tranquilo e viu seu adversário ser desqualificado com três shidos, garantindo a classificação para encarar o brasileiro David Moura na grande decisão. O tcheco terminou com a medalha de bronze ao bater, por ippon, Yakiv Khammo, da Ucrânia, na disputa de terceiro lugar. E, na grande final, a lenda da França saiu vitoriosa com mais um título e seu 152º triunfo seguido.
Antes de disputar o Grand Slam de Brasília, Teddy Riner, de 30 anos, acumulava 148 vitórias consecutivas, sendo a última derrota para o japonês Daiki Kamikawa no Mundial de Peso Aberto em Tóquio em 2010, totalizando nove anos sem perder no tatame.
O francês não disputou os dois últimos campeonatos mundiais, que aconteceram em Tóquio, em 2019, e em Baku, em 2018. Ele, na realidade, ficou em “jejum” de competições por 20 meses desde 11 de novembro de 2017, mas decidiu voltar. O retorno foi no Grand Prix de Montreal em julho deste ano.
Nascido no departamento francês de Guadalupe no dia 7 de abril de 1989, Teddy Riner é tido por muitos como o maior judoca de todos os tempos. Dominante, ele foi campeão mundial nove vezes, sem considerar ainda a vitória por equipes da França em Paris 2011. Além disso, ganhou dois ouros olímpicos, um na Rio 2016, outro em Londres 2012, fora o bronze de Pequim 2008.
Fonte: G1