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Os dois homens presos em Piracicaba (SP) nesta terça-feira (31) por suspeita do ataque a bancos em Araçatuba (SP) chegaram juntos a um hospital para buscar atendimento médico levados por veículos que estiveram na cidade onde ocorreram os crimes, segundo investigações da Polícia Civil. Além disso, o uso de uma calça camuflada, de colete balístico e um ferimento por arma de grosso calibre são outros indícios levantados pela corporação sobre a possível participação deles no crime.
Os dois presos são a quinta e sexta pessoas detidas por suspeita dos ataques em Araçatuba; um homem foi ouvido e liberado. A ação dos criminosos deixou cinco feridos e três mortos na cidade.
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Titular da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) e da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Piracicaba, o delegado Demétrios Gondim Coelho informou que a localização de um dos suspeitos ocorreu durante uma ação de sua equipe em conjunto com uma equipe de repressão ao crime organizado de Brasília. Nesta ação, prenderam em uma casa um foragido da Justiça e um homem com prisão preventiva decretada, ambos apontados como membros de uma facção criminosa.
“Na casa também foi encontrado um outro indivíduo com grave lesão no braço direito provocada por disparo de arma de fogo de alto calibre. Ele estava já com primeiros socorros, uma atadura, e de pronto ele falou que havia caído de uma motocicleta, mas não havia nenhuma outra escoriação, apenas o machucado no braço. No final disse que foi alvejado por arma de fogo e depois foi confirmado no hospital”, explicou.
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Ele é um dos suspeitos de envolvimento com os ataques em Araçatuba e foi levado para a Santa Casa de Piracicaba, onde ficou internado sob escolta, mas não quis confirmar formalmente onde foi baleado, segundo a Polícia Civil.
“Mas sabemos que ele foi levado ontem (30) para o hospital de São Pedro com outro indivíduo baleado na barriga e ele chegou no hospital [Unidade de Pronto Atendimento] de São Pedro (SP) usando uma calça camuflada. Quem levou, retirou a calça e deixou ele com bermuda. O outro indivíduo estava com situação delicada [baleado na barriga] e foi removido para o hospital de Piracicaba para passar por cirurgia”, acrescentou o delegado.
Ao saber que precisaria de internação e transferência para Piracicaba, o homem baleado no braço fugiu da UPA de São Pedro, mas acabou sendo preso pelos policiais civis de Piracicaba durante a operação com a equipe de Brasília. Ele também necessitou de procedimento cirúrgico na Santa Casa da cidade.
A equipe médica do hospital acionou a Polícia Militar ao identificar que o suspeito ferido na barriga, que é de Campinas (SP), tinha sido baleado. No local, o médico responsável informou aos PMs que o ferimento teria sido causado cerca de 20 horas antes. “Em diligências, também foi possível saber que o mesmo indivíduo fora deixado na UPA de São Pedro, na noite anterior, por alguns homens que se negaram a passar quaisquer identificações ou informações, deixando o local imediatamente”, comunicou a Polícia Militar, em nota.
Diante dos indícios de envolvimento com o crime em Araçatuba, os militares pediram apoio da Polícia Civil, que auxiliou na identificação do paciente, que constava como procurado da Justiça.
Ambos estão com prisão decretada, um por roubo e outro por falsificação de documento público. Eles seguem internados e o estado de saúde do baleado na barriga é considerado gravíssimo, segundo a polícia.
Indícios
De acordo com o delegado titular da DIG e DISE, “tudo leva a crer” que há envolvimento da dupla com os ataques em Araçatuba.
“Os veículos que socorreram eles até São Pedro, em pesquisa, esses veículos estiveram em Araçatuba no dia do roubo. Pessoas desconhecidas levaram eles para o hospital e foram embora”, explicou.
Além disso, segundo ele, o suspeito baleado no braço afirmou a um dos policiais que seu ferimento só não foi pior porque estava de colete quando foi alvejado.
Fonte: G1