28 de novembro, 2024

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Suspeito de matar filho de menos de 2 anos, no DF, assassinou a própria mãe em 1992

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O funcionário do Metrô do Distrito Federal Paulo Roberto de Caldas Osório, suspeito de matar o filho Bernardo (foto), de 1 ano e 11 meses, ficou internado na ala psiquiátrica da Penitenciária da Papuda, em Brasília, por 10 anos, por ter assassinado a própria mãe. De acordo com o delegado Leandro Ritt, o crime ocorreu em 1992.

Na época, Osório tinha 18 anos. Segundo a Polícia Civil, ele colocou fogo no corpo da mãe, após matá-la. Três anos depois de cumprir a pena, o homem fez concurso público para o Metrô e foi aprovado, inclusive na avaliação psicológica.

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Na última sexta-feira (29), Osório fugiu com o filho após buscá-lo na creche, na Asa Sul. Nesta quarta (4), ele confessou ter matado a criança, mas até a última atualização desta reportagem, o corpo não havia sido encontrado. A Polícia Civil ainda não descarta a possibilidade de Bernardo estar vivo, por isso, divulgou a foto da criança.

“Você conversa por horas com ele [Osório] e não há emoção. Ele fala do filho como o menino. Ele relata a morte do menino, a ocultação do cadáver, e em nenhum momento ele se emociona”, disse o delegado.

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Paulo Roberto de Caldas Osório que confessou ter assassinado o filho de 1 ano e 11 meses, no DF — Foto: PCDF/Divulgação
Paulo Roberto de Caldas Osório que confessou ter assassinado o filho de 1 ano e 11 meses, no DF (Foto: PCDF/Divulgação)

Segundo o delegado Leando Ritt, a mãe da criança, Tatiana da Silva, só descobriu o passado do ex-companheiro após conversar com os vizinhos dele, enquanto procurava pelo filho.

“Pelo fato de ser um crime muito antigo, as pessoas ligadas à família [materna] não tinham essa informação.”

Osório é diagnosticado com transtornos mentais e toma medicamentos controlados. A mãe de Bernardo afirma que o pai da criança nunca comentou sobre a doença. No entanto, vizinhos sabiam que ele sofre de esquizofrenia.

De acordo com o delegado, na época em que assassinou a mãe, Osório foi considerado inimputável, ou seja, sem condições de responder pelo crime, devido ao transtorno mental. No entanto, o exame psiquiátrico feito pelo Metrô-DF, em 2005, aprovou o concursado.

Paulo Roberto de Caldas Osório aparece em relatório de aprovados em avaliação psicológica do Metrô-DF  — Foto: Reprodução/Cespe
Paulo Roberto de Caldas Osório aparece em relatório de aprovados em avaliação psicológica do Metrô-DF (Foto: Reprodução/Cespe)
Paulo Roberto de Caldas Osório aparece em relatório de aprovados em avaliação psicológica do Metrô-DF  — Foto: Reprodução/Cespe
Paulo Roberto de Caldas Osório aparece em relatório de aprovados em avaliação psicológica do Metrô-DF (Foto: Reprodução/Cespe)

No dia do crime, Osório estava cumprindo uma licença psiquiátrica, que determinou o afastamento do trabalho por 60 dias. Ele é agente de estação do Metrô.

Em nota, a companhia confirmou que o homem faz parte do quadro de servidores, mas afirmou que não vai comentar o caso.

“A Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) informa que Paulo Roberto Osório é empregado da empresa e não comentará o assunto, uma vez que os fatos narrados não se relacionam com suas atividades na Companhia”, disse em nota.

O desaparecimento de Bernardo e os áudios de ameaças

O suposto assassinato do menino Bernardo é investigado pela Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) da Polícia Civil do Distrito Federal. De acordo o delegado Leandro Ritt, o homem contou em depoimento que tinha “restrições” para visitar o filho – e que isso teria sido o motivo da fuga com a criança.

“Os áudios que ele manda para a mãe da criança revelam, assim, uma grande raiva. Ele fala enfaticamente: vocês nunca mais vão ver o menino.”

Trechos da gravação obtidos pela Polícia Civil mostram que Osório tinha desavenças com a ex-mulher e com a avó da criança. Os áudios foram enviados pelo WhatsApp ainda na sexta-feira (29) – mesmo dia em que ele sumiu com Bernardo.

“Vocês nunca mais vão ver o Bernardo, porque agora ela [ex-sogra] vai entender o que é cinco minutos sem vê-lo.”

Osório também enviou mensagens de texto para Tatiana, mãe da criança, informando que não levaria Bernardo para casa.

Veja troca de mensagens entre os pais de Bernardo após desaparecimento do menino — Foto: PCDF/Divulgação
Troca de mensagens entre os pais de Bernardo após desaparecimento do menino (Foto: PCDF/Divulgação)

A confissão do assassinato

Segundo o delegado Leandro Ritt, Osório afirma que a intenção inicial era assustar a mãe e a avó da criança.

“Ele fala que a vontade era sumir durante alguns dias para dar um susto a família, deixar a família desesperada.”

Osório relatou à polícia que esperava um momento oportuno financeiramente para a fuga. O delegado considerou a versão do homem “confusa”. Ele afirmou à polícia que iria viajar para a casa da ex-mulher em Minas Gerais, no entanto, não soube dizer o nome do município e pegou uma estrada para a Bahia.

O homem foi detido, nesta segunda-feira (2), em um hotel no distrito baiano de Roda Velha, a 470 km de Brasília. Segundo a Polícia Civil, ele confessou o crime.

No depoimento, Osório contou que tomava medicamentos controlados para dormir e que deu o mesmo remédio para o filho, imaginando que a criança dormiria durante a viagem. Segundo o delegado, o pai disse que diluiu quatro comprimidos em um suco de uva.

Como a criança não dormiu, o pai teria levado Bernardo para a casa onde mora. A Polícia encontrou manchas na cama onde a criança estava.

Quarto de Bernardo, menino que desapareceu após ser levado pelo pai em Brasília  — Foto: PCDF/Divulgação
Quarto de Bernardo, menino que desapareceu após ser levado pelo pai em Brasília (Foto: PCDF/Divulgação)

Osório disse ainda que, a certa altura, o menino dormiu. Foi então que o pai teria decidido colocar a criança no carro e retomar o plano de fuga.

“Há suspeita de que o menino possa ter morrido pela ingestão do medicamento ainda dentro de casa e ele colocado o bebê na cadeirinha e dado fuga”, disse o delegado.

Ainda no depoimento, o homem afirmou que, durante a viagem, percebeu que Bernardo estava morto. Ele disse que, por isso, parou o carro e deixou o corpo do menino em um matagal – mas não soube precisar o local.

Fonte: G1

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