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O funcionário do Metrô do Distrito Federal Paulo Roberto de Caldas Osório, suspeito de matar o filho Bernardo (foto), de 1 ano e 11 meses, ficou internado na ala psiquiátrica da Penitenciária da Papuda, em Brasília, por 10 anos, por ter assassinado a própria mãe. De acordo com o delegado Leandro Ritt, o crime ocorreu em 1992.
Na época, Osório tinha 18 anos. Segundo a Polícia Civil, ele colocou fogo no corpo da mãe, após matá-la. Três anos depois de cumprir a pena, o homem fez concurso público para o Metrô e foi aprovado, inclusive na avaliação psicológica.
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Na última sexta-feira (29), Osório fugiu com o filho após buscá-lo na creche, na Asa Sul. Nesta quarta (4), ele confessou ter matado a criança, mas até a última atualização desta reportagem, o corpo não havia sido encontrado. A Polícia Civil ainda não descarta a possibilidade de Bernardo estar vivo, por isso, divulgou a foto da criança.
“Você conversa por horas com ele [Osório] e não há emoção. Ele fala do filho como o menino. Ele relata a morte do menino, a ocultação do cadáver, e em nenhum momento ele se emociona”, disse o delegado.
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Segundo o delegado Leando Ritt, a mãe da criança, Tatiana da Silva, só descobriu o passado do ex-companheiro após conversar com os vizinhos dele, enquanto procurava pelo filho.
“Pelo fato de ser um crime muito antigo, as pessoas ligadas à família [materna] não tinham essa informação.”
Osório é diagnosticado com transtornos mentais e toma medicamentos controlados. A mãe de Bernardo afirma que o pai da criança nunca comentou sobre a doença. No entanto, vizinhos sabiam que ele sofre de esquizofrenia.
De acordo com o delegado, na época em que assassinou a mãe, Osório foi considerado inimputável, ou seja, sem condições de responder pelo crime, devido ao transtorno mental. No entanto, o exame psiquiátrico feito pelo Metrô-DF, em 2005, aprovou o concursado.
No dia do crime, Osório estava cumprindo uma licença psiquiátrica, que determinou o afastamento do trabalho por 60 dias. Ele é agente de estação do Metrô.
Em nota, a companhia confirmou que o homem faz parte do quadro de servidores, mas afirmou que não vai comentar o caso.
“A Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) informa que Paulo Roberto Osório é empregado da empresa e não comentará o assunto, uma vez que os fatos narrados não se relacionam com suas atividades na Companhia”, disse em nota.
O desaparecimento de Bernardo e os áudios de ameaças
O suposto assassinato do menino Bernardo é investigado pela Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) da Polícia Civil do Distrito Federal. De acordo o delegado Leandro Ritt, o homem contou em depoimento que tinha “restrições” para visitar o filho – e que isso teria sido o motivo da fuga com a criança.
“Os áudios que ele manda para a mãe da criança revelam, assim, uma grande raiva. Ele fala enfaticamente: vocês nunca mais vão ver o menino.”
Trechos da gravação obtidos pela Polícia Civil mostram que Osório tinha desavenças com a ex-mulher e com a avó da criança. Os áudios foram enviados pelo WhatsApp ainda na sexta-feira (29) – mesmo dia em que ele sumiu com Bernardo.
“Vocês nunca mais vão ver o Bernardo, porque agora ela [ex-sogra] vai entender o que é cinco minutos sem vê-lo.”
Osório também enviou mensagens de texto para Tatiana, mãe da criança, informando que não levaria Bernardo para casa.
A confissão do assassinato
Segundo o delegado Leandro Ritt, Osório afirma que a intenção inicial era assustar a mãe e a avó da criança.
“Ele fala que a vontade era sumir durante alguns dias para dar um susto a família, deixar a família desesperada.”
Osório relatou à polícia que esperava um momento oportuno financeiramente para a fuga. O delegado considerou a versão do homem “confusa”. Ele afirmou à polícia que iria viajar para a casa da ex-mulher em Minas Gerais, no entanto, não soube dizer o nome do município e pegou uma estrada para a Bahia.
O homem foi detido, nesta segunda-feira (2), em um hotel no distrito baiano de Roda Velha, a 470 km de Brasília. Segundo a Polícia Civil, ele confessou o crime.
No depoimento, Osório contou que tomava medicamentos controlados para dormir e que deu o mesmo remédio para o filho, imaginando que a criança dormiria durante a viagem. Segundo o delegado, o pai disse que diluiu quatro comprimidos em um suco de uva.
Como a criança não dormiu, o pai teria levado Bernardo para a casa onde mora. A Polícia encontrou manchas na cama onde a criança estava.
Osório disse ainda que, a certa altura, o menino dormiu. Foi então que o pai teria decidido colocar a criança no carro e retomar o plano de fuga.
“Há suspeita de que o menino possa ter morrido pela ingestão do medicamento ainda dentro de casa e ele colocado o bebê na cadeirinha e dado fuga”, disse o delegado.
Ainda no depoimento, o homem afirmou que, durante a viagem, percebeu que Bernardo estava morto. Ele disse que, por isso, parou o carro e deixou o corpo do menino em um matagal – mas não soube precisar o local.
Fonte: G1