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A Polícia Civil identificou quatro suspeitos de participação no assassinato de Jonas Lucas Alves Dias, vencedor da Mega-Sena em 2020. Um dos suspeitos foi preso e os demais são considerados foragidos. O prêmio da loteria, que motivou o crime, era de R$ 47 milhões.
Segundo as investigações, a vítima foi sequestrada na manhã da última terça-feira (13), por volta de 06h30h, enquanto caminhava em Hortolândia, interior de São Paulo. Cerca de duas horas depois, os criminosos tentaram transferir R$ 3 milhões da conta do ganhador da Mega-Sena, mas não conseguiram.
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Na manhã do dia seguinte, Jonas foi encontrado ferido e inconsciente em um trevo de acesso à Rodovia dos Bandeirantes. Foi encaminhado em um hospital, mas acabou morrendo.
Hoje, a polícia prendeu Rogério Espíndola em Santa Bárbara d’Oeste (SP), a cerca de 35 quilômetros de Hortolândia. Segundo a investigação, ele estava em um dos dois veículos que abordaram a vítima. Espíndola tem passagem na polícia por homicídio.
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A reportagem não encontrou a defesa do suspeito. De acordo com a polícia, Espíndola nega participação no crime.
O caso é investigado como extorsão mediante sequestro.
Três suspeitos são procurados pela polícia
Foram expedidos mandados de prisão para outros três suspeitos. Um deles é uma mulher que seria a responsável pela conta para onde os criminosos enviaram um Pix com dinheiro da vítima. Ela também teria participado da abordagem da vítima.
“Os criminosos não eram pessoas preparadas para esse crime e cometeram muitos erros”, disse Kleber Altale, diretor do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior) e um dos delegados responsáveis pelo caso.
A delegada Juliana Ricci, do Deic ((Divisão Especializada em Investigações Criminais), afirma que os quatro suspeitos identificados não tinham relação com a vítima, mas “foram atraídos pelo prêmio da Mega-Sena”.
Dinâmica do sequestro
Segundo familiares da vítima, Jonas saiu para fazer uma caminhada na manhã de terça-feira, mas não voltou. Ao final do dia, foi registrado o desaparecimento.
As investigações apontam que a vítima foi capturada a cerca de 100 metros de sua casa e passou cerca de 20 horas com os suspeitos. Ainda não se sabe se os criminosos fizeram uso de cativeiro.
A polícia acredita que os criminosos acharam que a vítima tinha morrido e, por isso, a abandonaram na Rodovia dos Bandeirantes.
“Ainda choveu na noite do mesmo dia. Jonas Lucas estava muito debilitado, desfalecido quase. Por isso eles pensaram em se livrar do corpo”, explica a delegada Ricci. Os médicos constataram que a vítima sofreu traumatismo cranioencefálico.
Tentativa de transferir R$ 3 milhões via Pix
De acordo com a polícia, os suspeitos estavam em pelo menos dois veículos — uma caminhonete S-10 e um Ford Fiesta preto, que foram identificados com o auxílio das imagens de câmeras de monitoramento.
De acordo com as investigações, logo após o sequestro, por volta de 08h30, os criminosos usaram o Fiesta para ir até uma agência da Caixa Econômica Federal, em Campinas.
Um dos suspeitos desceu do carro com o cartão e a senha da vítima. A ideia era tentar cadastrar uma chave Pix para fazer uma transferência de R$ 3 milhões.
A transferência não deu certo, porque o gerente do banco estava de férias e algumas perguntas, que foram feitas via WhatsApp, não foram respondidas corretamente.
Saques de valores menores foram efetuados
Uma transferência bancária de R$ 17,8 mil, no entanto, foi efetuada. A responsável por essa conta bancária que está na lista de suspeitos também.
A investigação encontrou um chinelo e um boné dele no local em que a vítima foi encontrada.
‘Era simples’
Vizinho do milionário da Mega-Sena, o aposentado João Batista Alves contou que muita gente nem acreditava que Jonas tinha ganhado a bolada em razão de como ele levava uma vida simples.
“Era igual a gente, pessoa simples, que andava de chinelo, tranquilo, sempre passava aqui, sempre atencioso com a gente. A polícia tem que encontrar (o assasssino), de qualquer maneira”, disse.
Quem conhecia Jonas Lucas há décadas garante que ele não mudou nada com o prêmio milionário recebido.
“Eu fui muito comprar com ele quando trabalhava no depósito. (Após o prêmio) era a mesma pessoa, não mudou nada, continuou como se nada tivesse acontecido”, lembra Luiz.
Fonte: G1