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Estratégia para vencer ilegalmente ou caça às bruxas? O campeão mundial de xadrez Magnus Carlsen desencadeou uma tempestade de suspeitas ao acusar um de seus rivais de trapacear durante uma partida.
O francês Alireza Firouzja foi campeão da Sinquefield Cup nos Estados Unidos no domingo (11), mas os holofotes não estavam sobre ele.
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Em uma publicação no Twitter, o norueguês Carlsen abalou o mundo do xadrez.
“Estou me retirando do torneio. Sempre gostei de jogar pelo clube de St. Louis e espero voltar”, escreveu o pentacampeão mundial após sua derrota na terceira rodada, em 5 de setembro, para o americano Hans Niemann, de 19 anos, 43º do mundo e convidado de última hora para a competição.
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Carlsen acrescentou um vídeo de 2014 que mostra o treinador português José Mourinho, então no comando do Chelsea: “Prefiro não falar, se falar terei sérios problemas”, dizia ele em uma entrevista pós-jogo depois que seu time perdeu e ele foi expulso.
A acusação é enigmática, mas teve consequências: a organização do torneio decidiu atrasar a transmissão dos jogos em 15 minutos e examinou os jogadores com um raio-x.
Microchip escondido
O streamer americano Hikaru Nakamura, popular na plataforma de vídeos ao vivo Twitch, acusou Niemann de trapacear. E a maior plataforma de xadrez online do mundo, Chess-com, baniu a conta do jogador norte-americano.
Acusações de trapaça são frequentes na história do xadrez.
Diante do tabuleiro, o principal meio de trapacear tem sido contar com a ajuda do público e estabelecer uma estratégia de comunicação.
Mas desde que o poder de cálculo dos computadores começou a superar os jogadores, as possibilidades de trapacear se multiplicaram, especialmente no nível mais alto.
Gaioz Nigalidze, grande mestre georgiano, foi caçado em 2015 porque suas visitas ao banheiro eram muito frequentes.
De maneira mais discreta, um microchip permite que um cúmplice ajude um jogador à distância, principalmente enquanto os jogos são transmitidos ao vivo.
Outra hipótese era um possível vazamento da estratégia de Carlsen, elaborada por sua equipe, que teria chegado às mãos de Niemann.
Desde que escreveu seu polêmico tuíte, Carlsen permaneceu em silêncio e não há provas da possível trapaça.
Vários participantes do torneio saíram em apoio a Niemann, como o francês Maxime Vachier-Lagrave, lamentando o efeito “caça às bruxas”, ou a “paranoia”, segundo o americano Levon Aronian.
“Eu sei que estou limpo. Se eu precisar me despir completamente, eu faço isso, não me importo”, disse Niemann em uma entrevista pós-partida na televisão do clube de xadrez Saint-Louis, que organiza o torneio.
O americano terminou o torneio em sétimo lugar, começando com a posição mais baixa no ranking mundial. Ele conseguiu apenas uma vitória, com duas derrotas e cinco empates.
Fonte: Yahoo!