25 de junho, 2025

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Supertelescópio James Webb descobre seu 1º planeta fora do Sistema Solar

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O supertelescópio espacial James Webb fez uma descoberta histórica ao capturar pela primeira vez a imagem direta de um exoplaneta, um planeta fora do nosso Sistema Solar (veja abaixo).

Primeira foto direta do exoplaneta TWA 7b (mancha laranja) capturada pelo telescópio James Webb. Imagem utilizou técnica especial que “esconde” a luz da estrela próxima ao corpo celeste. (Foto: ESA)

O achado foi publicado num artigo na revista Nature nesta quarta-feira (25). No estudo, os cientistas relatam que o observatório conseguiu “fotografar” diretamente o TWA 7b, como ele foi apelidado, mesmo o planeta orbitando uma estrela, algo extremamente difícil de fazer.

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ENTENDA: Fotografar um exoplaneta do tipo é um grande desafio porque o brilho de uma estrela quase apaga a luz desses astros. Além disso, eles estão tão distantes de nós que parecem pontos minúsculos, mesmo com os melhores telescópios do mundo.

O Webb, o observatório espacial mais poderoso já construído, localizou o corpo celeste em um disco cheio de rochas e poeira ao redor da estrela jovem (na imagem acima o círculo tracejado com um símbolo de estrela ao centro marca a localização do astro) e descobriu que ele está cercado por detritos espaciais onde futuros planetas ainda estão se formando.

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“Esta descoberta representa um marco importante na busca por exoplanetas”, informou o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS) em um comunicado. A pesquisa foi liderada por cientistas franceses do Observatório de Paris.

O exoplaneta orbita uma estrela chamada TWA 7, localizada em um sistema solar jovem. O que torna essa descoberta ainda mais especial, contudo, é que o planeta é dez vezes mais leve do que outros mundos já fotografados antes.

Dessa forma, TWA 7b tem uma massa parecida com a de Saturno e pesa cerca de 30% do que pesa Júpiter, o maior planeta do nosso Sistema Solar. Pode parecer grande, mas para os padrões dos exoplanetas já fotografados, ele é considerado “levinho”.

Como a descoberta foi feita

Para resolver o problema do ofuscamento da estrela, os cientistas usaram uma técnica especial que envolve a utilização do coronógrafo do James Webb, uma espécie de placa circular posicionada no foco do telescópio.

Com o aparelho, eles conseguiram “tapar” artificialmente a luz da estrela, como se fosse um eclipse artificial. Com isso, conseguiram enxergar o que estava ao redor da estrela.

Os pesquisadores se concentraram então em sistemas solares jovens, com apenas alguns milhões de anos e procuraram por “berçários” onde planetas ainda estão nascendo. Nesses locais, os planetas recém-formados ainda estão quentes, o que os torna mais brilhantes e fáceis de detectar.

Nesse processo, o sistema TWA 7 chamou atenção porque possui três anéis concêntricos muito peculiares. Um desses anéis é inclusive especialmente fino e está cercado por duas áreas praticamente vazias.

Imagem mostra os anéis de detritos ao redor da estrela TWA 7, onde foi descoberto o novo planeta. A área vazia no anel indica exatamente onde o exoplaneta está localizado. (Foto: A.-M. Lagrange et al. / ESO / JWST)

Os cientistas suspeitaram então que esses anéis eram formados pela influência gravitacional de planetas invisíveis. Dessa forma, quando o James Webb conseguiu fotografar o sistema, encontrou exatamente o que procurava: uma fonte de luz no centro do anel mais estreito.

“Este observatório [o James Webb] nos permite capturar imagens de planetas com massas semelhantes às do Sistema Solar, o que representa um avanço empolgante na nossa compreensão de sistemas planetários, incluindo o nosso”, acrescentou a coautora do estudo Mathilde Malin, da Universidade Johns Hopkins.

Agora os cientistas esperam que o James Webb consiga fotografar mundos com apenas 10% da massa de Júpiter, mas o objetivo final é conseguir fotografar diretamente planetas rochosos como o nosso.

Isto é, mundos que possam ter condições para abrigar vida. Os telescópios do futuro, tanto no espaço quanto na Terra, usarão coronógrafos ainda mais avançados para essa tarefa.

Fonte: G1

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