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Com chuvas abaixo do esperado e quatro dos sete reservatórios de água com menos da metade ou 50% de reservação, o risco de uma nova crise hídrica aumenta. Somados, os sistemas produtores de água para a região metropolitana de São Paulo tem hoje 43,1% da capacidade. Em agosto de 2013, o total era de 63%. A preocupação é com as chuvas que também não devem ser tão intensas na primavera e no verão.
“Apesar da criação do sistema São Lourenço e de todas as obras e ações da Sabesp, temos hoje 20% menos água armazenada do que no mesmo período de 2013. Os indicadores estão piores e outros sistemas estão com níveis mais baixos, além do Cantareira. Podemos ter problemas importantes de abastecimento com pouca chuva até abril e depois já começa a estiagem”, afirma Pedro Luiz Côrtes, professor de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP.
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Neste sábado (4), o sistema Cantareira, o maior reservatório paulista e o que está em nível mais crítico, tem apenas 36,3% do volume de água armazenada, o Rio Claro (42,8%), Alto Tietê (44,1%) e o Guarapiranga (50,2%). Os melhores índices de reservação são registrados no sistema Rio Grande (73%), Cotia (57,5%) e São Lourenço (57,2%), de acordo com o boletim da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
O professor lembrou que esta é terceira crise hídrica do século XXI. A última teve início em maio de 2013, mas foi sentida com mais intensidade a partir de janeiro de 2014.
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“A crise não vai se resolver nesta primavera e verão. Teremos um volume ainda menor de armazenamento em 2022. A Sabesp deve intensificar a redução de pressão da água, o que não deixa de ser uma forma de rodízio, mesmo que em algumas horas, porque chega a faltar água, e também não deve adotar uma política de bônus”, ressalta o especialista.
Segundo ele, a Sabesp não tem intenção de beneficiar quem consumir menos água, como já foi feito no passado, e também não vai suspender os contratos de demanda firme, como os de shoppings e hoteis, que acabam por forçar o aumento de consumo.
Cantareira é o maior reservatório de SP e o que está em nível crítico de armazenamento
Redução de água nos reservatórios
A redução dos níveis de armazenamento nos reservatórios traz também impactos na qualidade da água. Ela ainda poderá ser usada para consumo humano, mas terá de passar por tratamento. Isto porque com menos água, aumenta a temperatura e pode haver proliferação de algas.
O fenômeno costuma ocorrer no sistema Guarapiranga e a água passa a ter um sabor desagradável ao paladar, mas pode se repetir também em outros reservatórios.
Fonte: R7