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Grandes notícias para a astronomia devem chegar logo no primeiro dia de 2019. Depois de uma viagem de 13 anos, a sonda americana New Horizons (Novos Horizontes) finalmente chegará ao Cinturão de Kuiper, um anel em formato de donut com objetos gelados que é uma das regiões mais misteriosas e intrigantes do espaço próximo ao nosso Sol.
Por muitas décadas, pesquisadores sonharam em conseguir ver de perto o local, que é composto de restos da formação de planetas do Sistema Solar há bilhões de anos. Esses fragmentos são espécies de fósseis do nascimento do Sistema Solar.
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Mas a distância sempre foi um empecilho para explorar o Cinturão de Kuiper, pois ele fica a quatro bilhões de milhas da Terra. Para se ter uma ideia, o Sol fica tão longe que parece ser apenas uma pequena estrela.
A partir de 1º de janeiro, porém, após 13 anos de espera, os cientistas finalmente poderão conhecer o cinturão mais de perto. Durante 24 horas, a sonda vai passar pelo objeto 2014 MU69 e usar câmeras, detectores e scanners para analisar o local em detalhe. No fim da missão, o objeto, que não passa de um pontinho em telescópios, vai finalmente se transformar em um mundo rico em detalhes astronômicos e geológicos.
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O processo tornará o MU69 o objeto mais distante explorado por humanos. O local é tão importante que os cientistas estão chamando-o de Ultima Thule, em homenagem à região que antigos geógrafos acreditavam ser a mais distante no mundo habitável (tanto a Groenlândia quanto a Islândia eram candidatas para serem o local da Ultima Thule na Terra). Ele foi descoberto em 2014 por astrônomos que usaram o telescópio Hubble em busca de um alvo no cinturão para uma nova missão da New Horizons.
Após analisar a Ultima Thule, a sonda vai enviar os dados de volta à Terra, algo que deve levar até 20 meses — a distância diminui a velocidade de transmissão. A expectativa é de saber tudo sobre o local até setembro de 2020. Quando isso acontecer, a sonda já vai estar bem longe da região, indo em direção à constelação de Sagitário.
Sobre a sonda
A New Horizons foi lançada no Cabo Canaveral em janeiro de 2006 e, por oito anos, se distanciou do sol para explorar o planeta anão Plutão e suas cinco luas. Em julho de 2015, completou a missão, que trouxe muitas surpresas.
A principal delas é que, ao contrário do esperado, Plutão e suas luas não são regiões congeladas e mortas. Na realidade, há muitos sinais de atividade geológica, inclusive de que o gelo se movimentou na superfície de Plutão recentemente. Também descobriram que ele tem uma atmosfera fina e azul, rica em nitrogênio.
A nova missão da New Horizons tem mais um fato curioso: ela vai explorar um objeto que foi descoberto depois de seu lançamento. A expectativa — e a curiosidade — para saber o que há por lá estão altas.
Fonte: Galileu