08 de junho, 2025

Últimas:

Soluções para a mudança climática na agricultura no Brasil

Anúncios

A mudança climática vai impactar na agricultura brasileira, que atualmente já apresenta muitas dificuldades. Espera-se que a mudança climática vá provocar um 13% de diminuição da produção de alimentos no país devido a um menor rendimento dos cultivos e às decisões dos agricultores que apoiam o monocultivo sobre as demais técnicas. Além disso, as mudanças na temperatura e nas chuvas podem trazer graves prejuízos para a abundância e duração dos cultivos.

Por exemplo, um estudo publicado no Nature Climate Change sugere que o aumento de um grau na temperatura no Mato Grosso provocará uma redução da produção de soja em milho de 9-13%. Atualmente, o estado fornece 10% da soja do mundo inteiro. Em termos de técnica, os pesquisadores usam dados de satélite de 2002 a 2010 para monitorar o uso da terra e comparar as mudanças provocadas pela mudança climática ao longo do tempo.

Anúncios

No caso do Brasil, a produção agrícola tem aumentado enormemente nas últimas décadas e ainda pode seguir aumentando. Para isso, o sistema de plantio direto é a chave para atingir uma agricultura sustentável a longo prazo sem um desmatamento adicional. A produção de soja aumentou de 40 milhões a 110 milhões métricos de toneladas anualmente nos últimos 15 anos, enquanto a produção de milho aumentou de 30 a 80 milhões de toneladas por ano. Assim, o Brasil tornou-se o principal concorrente do Canadá no mercado internacional da soja e milho. Entre as razões do aumento, encontram-se as melhorias genéticas e variedades de curto prazo, assim como uma melhor gestão do solo e mais especialmente o plantio direto.

Esta técnica começou no Brasil nos anos 70, quando um dos seus pioneiros, Manoel Pereira, viu no sistema de plantio direto a solução para melhorar a qualidade e o rendimento dos solos, que eram secos e com pouca fertilidade. Ele foi o primeiro no Brasil a implantar o plantio direto na sua fazenda e agora é 100% plantio direto. Desta maneira, a produção de milho dobrou de quatro para oito toneladas por hectare nos primeiros 25 anos e agora estão perto de 10 toneladas. Durante esse mesmo período, de 1975 a 2002, tanto a produção de soja quanto a de trigo nos campos de plantio direto aumentou de duas para quatro toneladas por hectare. Por outro lado, a cobertura que usava-se para o controle de ervas daninhas no começo dos 80, agora usa-se extensivamente nos cultivos de soja, milho, trigo, cevada, feijão branco e sorgo. Ao tornar-se um conhecido defensor do plantio direto, a fazenda de Pereira está sempre aberta para aqueles que querem aprender a técnica. Os princípios principais do plantio direto são mínima perturbação do solo, rotação de culturas, e cobertura permanente do solo. Atualmente, é quase a metade da terra cultivável (86,5 milhões de acres) e 70% das fazendas do Brasil que tem implantado o plantio direto nos seus cultivos.

Anúncios

Outro elemento essencial é o gado. Ele passa cerca de 120 dias na pastagem antes de ter a oportunidade de crescer novamente e de plantar uma cultura como o plantio direto de soja. Esta rotação é cada vez mais comum no sul do Brasil – no norte, é o milho que acompanha o pasto – que está ajudando a trazer cerca de 200 milhões de hectares (494 milhões de acres) de pastagens degradadas no Cerrado, uma ampla região de savana tropical do Brasil, para uma maior produtividade. Desta maneira, a produção pode ser dois ou três vezes maior sem ter que usar mais terras e, por conseguinte, terá menor desmatamento e emissões de CO2.

O desenvolvimento de variedades de milho e soja no início da estação e o plantio de milho após a soja mudou drasticamente a importância da famosa segunda safrinha do Brasil, e ajudou a integrar o gado e o cultivo. Mais de 70% do milho do Brasil é agora safrinha e são esperados 200.000 hectares extras de milho nos próximos cinco anos – porque os produtores de gado estão girando a colheita através de suas pastagens degradadas para aumentar a saúde, fertilidade e capacidade de retenção de água de suas terras.

No entanto, a tecnologia tem muita coisa a oferecer para ajudar a agricultura neste contexto. Como a mudança climática traz umas condições e clima imprevisíveis, o uso de dados como primeiras informações na agricultura podem ser úteis para analisar a situação antecipadamente e tomar decisões informadas sobre os cultivos, como por exemplo, quais sementes plantar ou quando os recolher, em base a estes dados. 

Da mesma maneira, graças à previsibilidade que traz a tecnologia, os diferentes parâmetros na agricultura podem ser monitorados, tais como água, clima, solo, e assim os agricultores podem escolher a colheita certa em todo momento e monitorar seu desenvolvimento. Assim, os agricultores podem efetivamente determinar as sementes resistentes ao clima que precisam ser plantadas durante qualquer ciclo de cultivo e monitorar seu crescimento durante todo o processo. Além disso, ao monitorar as condições climáticas, o agricultor pode analisar estas informações e planejar seus ciclos de cultivos antecipadamente, pois a quantidade ideal de chuva no momento certo é um insumo principal na agricultura. Porém, as chuvas imperecíveis características na mudança climática podem dificultar o cultivo. Este monitoramento também é eficaz para as pragas e doenças, pois a tecnologia permite intervir de maneira rápida e oportuna para assim evitar a propagação e, consequentemente, as perdas potenciais.

Talvez te interesse

Últimas

Anúncios Quatro criminosos foram presos com apoio de forças de segurança após perseguição na Rodovia Castello Branco Uma quadrilha oriunda...

Categorias