25 de novembro, 2024

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Sobe para 84 número de mortes confirmadas em Pernambuco; 14 municípios decretam situação de emergência devido às chuvas

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O número de pessoas que morreram em meio às fortes chuvas que atingem Pernambuco subiu para 84. A informação foi dada pelo governador, Paulo Câmara (PSB), em entrevista coletiva concedida no início da noite deste domingo (29).

De acordo com ele, foram 79 vítimas fatais registradas das 18h de sexta-feira (27) até este domingo. Somadas às cinco mortes registradas também por causa das chuvas, desde quarta-feira (25), o número chega 84.

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Governador de Pernambuco, Paulo Câmara, em coletiva neste domingo (29) — Foto: Augusto César/TV Globo
Governador de Pernambuco, Paulo Câmara, em coletiva neste domingo (29) (Foto: Augusto César/TV Globo)

Catorze municípios a decretaram situação de emergência: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, São José da Coroa Grande, Moreno, Nazaré, Macaparana, Cabo de Santo Agostinho, São Vicente Ferrer, Paudalho, Paulista, Goiana, Timbauba e Camaragibe.

De acordo com o governador, R$ 100 milhões foram liberados para os municípios afetados pela chuva. O recurso deve ser utilizado para trabalho de busca e salvamento, obras urgentes e de infraestrutura.

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“Sabemos que essas primeiras horas são muito difíceis, os primeiros socorros. [Agora] É atuar efetivamente nas ações. Conversei com todos os prefeitos justamente para elaborarem um plano de trabalho para saber quais as ações que vão precisar do apoio do estado nesse momento, para que a gente possa disponibilizar também recursos e para que a gente possa atuar nas áreas onde houve o maior nível de acidentes por conta das chuvas”, afirmou.

O decreto de emergência é o primeiro passo também para que municípios possam ter acesso a recursos do governo federal. Mais cedo, o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira, já havia adiantado que equipes federais ficariam no estado para auxiliar nesse trâmite e agilizar o reconhecimento por parte da pasta da situação de emergência ou calamidade pública.

Moradores acompanham buscas por desaparecidos em Vila dos Milagres, no Ibura, a Zona Sul do Recife — Foto: Danielle Fonseca/TV Globo
Moradores acompanham buscas por desaparecidos em Vila dos Milagres, no Ibura, a Zona Sul do Recife (Foto: Danielle Fonseca/TV Globo)

Até o começo da tarde, segundo o governo estadual, 56 pessoas seguiam desaparecidas. Além disso, 3.957 estavam desabrigados, principalmente nos municípios da Região Metropolitana e na Mata Norte.

As chuvas castigam o estado desde a segunda-feira (23) e a primeira morte foi registrada na quarta-feira (25). As buscas foram retomadas neste domingo pelo Corpo de Bombeiros, Exército e moradores da região.

Luto e dor

Comunidade de Monte Verde, no limite entre Recife com Jaboatão dos Guararapes, onde barreira deslizou matando dezenas de pessoas — Foto: Pedro Alves/g1
Comunidade de Monte Verde, no limite entre Recife com Jaboatão dos Guararapes, onde barreira deslizou matando dezenas de pessoas (Foto: Pedro Alves/g1)

Dezenas de pessoas morreram em Jardim Monte Verde, no limite entre o Recife e Jaboatão. Entre os sobreviventes dessa tragédia está o auxiliar de pedreiro Thiago Estêvão, que perdeu perdeu a mãe, os avós e primos. “Eu só pensava em Deus, eu estava até a testa sufocado pela lama”, disse o auxiliar de pedreiro.

Ainda neste domingo (29), Corpo de Bombeiros, Exército e moradores da região buscavam por seis pessoas que ainda estariam soterradas. A aposentada Lucineia Maria Souza de Brito acompanhava os trabalhos rezando para encontrar o corpo da irmã.

“Eu estou sob efeito de remédios, porque estou muito nervosa desde que soube do que aconteceu. Perdi quatro pessoas na minha família, não sei o que fazer. Meu sobrinho era tão jovem”, disse a aposentada.

Na mesma área, o Luiz Estevão Aguiar perdeu 11 parentes no deslizamento de terra. “Faleceu minha irmã, meu cunhado, faleceram 11 pessoas da minha família, foi difícil. Difícil mesmo. Não esperava isso”, disse, em entrevista.

O aposentado Genilson Sebastião, cujo filho, nora, ex-esposa e atual marido dela desapareceram em meio a escombros, acompanhava os trabalhos em Jardim Monte Verde neste domingo (29). “A gente fica pedindo força a Deus, porque só Deus é quem segura neste momento”, declarou Genilson.

Além da dor pela perda dos familiares, parentes das vítimas vivem mais uma angústia na hora de liberar os corpos junto ao Instituto de Medicina Legal (IML). “Cheguei de manhã, são quase 18h e não liberaram os corpos”, lamenta o pedreiro Thiago da Silva, que perdeu dois filhos, a mãe e a esposa.

Barragens vertendo

Neste domingo (29), 15 barragens do Grande Recife, Agreste e Zona da Mata estavam vertendo.

No Grande Recife, atingiram a capacidade máxima de acumulação e estão vertendo: Várzea do Una (em São Lourenço da Mata), Duas Unas (Jaboatão dos Guararapes), Pirapama (Cabo de Santo Agostinho), Sicupema (Cabo de Santo Agostinho), Utinga (Ipojuca) e Bita (Ipojuca).

No interior, foram nove os mananciais que atingiram a capacidade máxima de acumulação e também estão vertendo: Inhúmas e Mundaú (em Garanhuns), Santana II (em Brejo da Madre de Deus), Pedra Fina (em Bom Jardim), Pau Ferro (em Quipapá), Siriji, (em Vicência), Orá/Cursaí (em Paudalho), Tiúma, (em Timbaúba) e Tabocas/Piaça (em Belo Jardim).

Reforço de outros estados

Para reforçar as ações e socorro à população, os 92 novos soldados do Corpo de Bombeiros que foram nomeados no sábado (28) já começaram a trabalhar neste domingo (29).

O estado também recebeu bombeiros da Paraíba e profissionais de Minas Gerais, todos especializados no atendimento a casos de deslizamentos, segundo o governo estadual. A prefeitura do Recife recebeu apoio da Defesa Civil do Rio de Janeiro.

Além das forças de segurança estaduais, o Exército e a Marinha auxiliam nos resgates com cem e vinte profissionais, respectivamente, e seis embarcações. As escalas foram reforçadas também no Instituto de Medicina Legal (IML), informou o estado.

Segundo o governador Paulo Câmara (PSB), uma das prioridades definidas em reunião na manhã deste domingo (29) foi a desobstrução dos acessos às cidades e restabelecimento do abastecimento de água, além de uma análise do trabalho que está sendo feito nesses locais.

Fonte: G1

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