Anúncios
O presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (ABREDIF), Lourival Panhozzi, divulgou uma nota de esclarecimento sobre as normas e determinações que serão seguidas através do protocolo nacional do setor funerário para enfrentar o coronavírus. “Esta situação que estamos vivendo não nos engrandece, nem nos favorece, estamos todos juntos, nadando abraçados, é preciso que todos se salvem”, destacou.
Abaixo, a íntegra da Nota de Esclarecimento:
Anúncios
Nosso Setor não é contra o isolamento social nem a favor de aglomerações. Não nos cabe decidir pela continuidade ou suspensão do isolamento. Somos legalistas. Cumprimos as normas.
Agora, quando falamos de uma reunião de família necessária, inadiável, controlada e até mesmo sagrada (ritos funerários), precisamos ter flexibilidade e responsabilidade para não impor uma situação excessiva que possa causar danos emocionais irreversíveis e incalculáveis. Todos queremos continuar a viver, mas com dignidade.
O protocolo nacional implantado pela ABREDIF – Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário – possibilita harmonizar a necessidade do momento com o direito e a liberdade individual, sem colocar em risco a própria vida ou a da coletividade.
A restrição absoluta nunca será alcançada, portanto devemos discernir e decidir em que situações excepcionais iremos sair de casa, seja para buscar alimento no supermercado (essencial a sobrevivência), seja para ir se despedir do pai morto (essencial a alma).
O protocolo permite ainda triplicar a capacidade física e duplicar a operacional com medidas simples, possíveis e eficazes, para caso os números, apocalípticos, de alguns matemáticos se confirmem.
As diretrizes do protocolo foram elaboradas a partir de metodologias construídas com base na experiência que o setor adquiriu ao longo de décadas de serviços prestados, enfrentando toda sorte de dificuldades e barreiras.
Alguns pontos do protocolo nacional do setor funerário para enfrentar o corona vírus, merecem neste momento serem explanados.
Dividimos todo protocolo em 06 fases:
1. Remoção dos falecidos
2. Contratação do serviço funerário
3. Preparação dos corpos
4. Homenagens póstumas (velório)
5. Sepultamento.
6. Cremação.
Na fase 1 e 3, o uso de equipamentos de segurança, que garantem a saúde de nossos colaboradores, o acondicionamento do corpo em um invólucro que é colocado em uma urna lacrada, por lacrada adotamos o critério de veda-la de tal forma que não haja troca de gases com o ambiente externo da urna nem o extravasamento de líquidos (o corpo já sai da unidade hospitalar desta forma), estas medidas, quando observadas, nos permite afirmar a total segurança do processo, até mesmo a impossibilidade, de contaminação a partir do corpo de alguém que tenha falecido de corona virus, aliás, não existe relato no mundo que comprove ter havido contaminação por este meio.
Na fase 2, momento que a família realiza a contratação do serviço funerário e é orientada sobre a necessidade e detalhes do protocolo, é disponibilizado a esta máscaras e luvas, somente 02 pessoas podem adentrar a sala de contratação, que é constantemente higienizada.
Na fase 4, momento de velar, é quando devemos ter maior cuidado. Ficou estabelecido que o período de velar seja reduzido para 4 horas e exclusivamente durante o dia.
Este período diurno de 4 horas foi definido por várias razões. Os velórios que normalmente tem um ciclo de 24 horas, se passarem a ser de 04 horas, a capacidade física dos velórios triplica. Se os funcionários da funerária que trabalham no período noturno, passarem a trabalhar durante o dia, a capacidade operacional duplica.
As 4 horas também ajudam a ter um controle de aglomeração. Ficou igualmente definido que somente 10 pessoas de cada vez poderão adentrar a sala onde esta o corpo. Este número foi estabelecido a partir de um estudo que mostra: a média de visitação é de 100 pessoas. Assim sendo, se 10 pessoas adentratrem a sala de cada vez e ali permanecerem por 20 minutos, tempo mínimo necessário pra suas preces e despedidas, teremos a cada hora 30 pessoas circulando, em 4 horas até 120 pessoas poderão se despedir, sem risco nem aglomerações indesejadas. Também o número de 10 pessoas foi definido baseado na necessidade de distanciamento destas. A Anvisa estabelece que uma sala de velório, tenha no mínimo 20 metros quadrados, desta forma garantimos que cada pessoa poderá manter entre si, pelo menos 2 metros de distanciamento. As salas estão sendo higienizadas com rigor.
Já na fase 5 a orientação é pela utilização também do pessoal do cemitério de EPI, a não abertura da urna no momento do sepultamento e uma perfeita vedação do jazigo.
A fase 6 diz respeito a cremação. O Brasil tem 5.571 municípios e não mais do que 140 fornos. Assim sendo a adoção obrigatória de cremar não é viável, mas para aqueles de desejarem, poderíamos por medidas legais que ainda não conseguimos, aumentar a segurança e a até mesmo a capacidade de cremar.
Itens da legislação precisam ser revistos: obrigatoriedade do atestado ser firmado por 02 médicos e ter que se aguardar 24 horas antes de proceder a cremação.
Queremos com estes esclarecimentos tranquilizar a sociedade, pelo menos sobre duas questões:
1. Nossa atividade, quando desenvolvida em observância ao protocolo estabelecido, não coloca em risco a saúde dos nossos colaboradores nem das famílias que perdem um ente querido.
2. Que se nossos colaboradores não forem afastados de suas funções, nossas linhas de suprimentos não forem cortadas, e o protocolo for seguido, o serviço funerário do Brasil não entrará em colapso como ocorreu em outros paises.
Nossa entidade, assim como toda sociedade, está sofrendo com a situação atual, todos temos famílias, muitos com membros que estão no grupo de risco, queremos, como todos, vencer este momento e retomar nossa rotina de vida. Esta situação que estamos vivendo não nos engrandece nem nos favorece, estamos todos juntos, nadando abraçados, é preciso que todos se salvem.
Lourival Panhozzi – Pres. ABREDIF
Leia Notícias