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Endividamento das famílias e alta de custos pressionam o consumo fora de casa; escândalo de bebidas adulteradas pode agravar o cenário.
As vendas de bares e restaurantes no Brasil caíram quase 5% em setembro em relação a agosto, e 4% na comparação com o mesmo mês de 2024, encerrando uma sequência de três meses de estabilidade no setor.
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Um dos principais fatores apontados é o alto endividamento das famílias, que têm reduzido os gastos com lazer e alimentação fora de casa. A inflação acumulada do segmento chegou a 8,24% em 12 meses, índice superior ao IPCA geral (5,17%), o que torna as refeições em restaurantes e bares um dos itens que mais encareceram no orçamento doméstico.
O aumento de custos com insumos, energia e aluguel também tem pressionado o setor, que enfrenta margens de lucro cada vez menores. Para o consumidor, isso significa um almoço mais caro durante a semana e um jantar de fim de semana mais pesado no cartão de crédito.
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Outro ponto de atenção é o impacto do recente escândalo de adulteração de bebidas com metanol, que veio à tona no final de setembro. Especialistas acreditam que os efeitos dessa crise sobre o consumo ainda não foram totalmente sentidos, mas já há sinais de retração nas vendas de bebidas e menor frequência em bares.
A expectativa é de que o volume de vendas em outubro sofra uma queda ainda mais acentuada, reflexo da desconfiança do público e da perda de poder de compra.
Segundo dados do setor, os bares e restaurantes movimentaram cerca de R$ 430 bilhões em 2024, representando uma fatia importante da economia nacional e do emprego formal no país.