15 de novembro, 2025

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Botucatu: Sem-tetos desocupam área em Rubião Júnior

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Após ordem judicial determinando a reintegração de posse de uma área próxima às antigas instalações da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), no distrito de Rubião Júnior, famílias que integram o assentamento “Carlos Marighella” começam a deixar o espaço, ocupado desde setembro de 2017.

A notificação ocorreu no final de abril e a liderança do Movimento Social de Luta (MSL), responsável pela ocupação, fez os preparativos para a saída nesta semana. Os trabalhos de desmonte dos mais de 30 barracos começaram na manhã desta sexta-feira (11) e se estenderão até domingo, dia 13.

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Para garantir a segurança das mais de 20 famílias que deixarão o local, a Polícia Militar de Botucatu montou esquema que visa acompanhar a todos na mudança, além de populares que cederam caminhões e veículos para o transporte dos pertences pessoais.

“Após várias reuniões com a liderança do movimento, ficou estabelecido que as famílias sairiam de forma ordenada e pacificamente. Com isso, a Polícia Militar se prontificou a auxiliar na segurança para que nenhum pertence seja furtado ou não ocorra nenhum problema diverso. O MSL atendeu todas as solicitações feitas pela PM e o histórico que temos é de extrema pacificidade”, ressalta o capitão Cunha.

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Segundo Odenil Gonçalves, dirigente nacional do MSL, as famílias retiradas do espaço se dirigirão para outros acampamentos no município, localizados no bairro de Toledo e nas proximidades da fábrica da Induscar Caio. “O que motivou a ocupação desta área é a ociosidade do espaço. Há 22 anos este terreno pertencia à CDHU e era um espaço que poderia ser destinado para moradias populares. Nada ocorreu neste tempo todo e nem o Estado mais sabia de quem realmente era o dono”, enfatiza o líder do movimento.

Ele cita, porém, que desde o início da desocupação, no final de abril, nenhuma esfera do poder municipal ou estadual- com exceção da Polícia Militar-, ofereceu suporte, como o aluguel social, para as famílias que são realocadas nos novos assentamentos. Por isso, enfatiza que a totalidade das pessoas que vivem nestes locais são oriundas de Botucatu.

Gonçalves ressaltou, ainda, que o movimento iniciou novamente a articulação para que as famílias sejam incluídas nos programas habitacionais promovidos pela Prefeitura local.  “Primeiramente, esperamos que se cumpra a legislação vigente, já que se determina que parte dessas famílias sejam contempladas nos programas habitacionais”, ressalta.

Dirigente nacional do MSL, Dênis Gonçalves questiona o “desinteresse” do uso do espaço para projetos habitacionais

Apreensão vira rotina entre as famílias

O antigo endereço do assentamento, na Rua Rubião Júnior, era simbólico. No entanto, a estrutura da área era precária. Sem fornecimento direto de água ou energia elétrica, as famílias sofriam também com a falta de serviços públicos, como matricular os filhos nas escolas ou atendimento em Unidades Básicas de Saúde do bairro.

Enquanto desmontavam os barracos e encaixotavam os pertences, muitas das famílias tinham no ato como uma rotina. Para muitos, a adesão ao movimento surgiu da necessidade por moradia. Afetados pela crise econômica, muitos moradores perderam emprego e, com isso, não tinham condições em pagar o aluguel.

Este é o caso do pedreiro Paulo Araújo, 50, que há seis meses estava no assentamento “Carlos Marighela”. Em 2014 mudou-se da cidade de Central do Maranhão, no Maranhão, em busca de melhores condições de vida em Botucatu. Trabalhou na construção do atual fórum e disse que até então era possível pagar aluguel e sobreviver. “Vim para trabalhar como pedreiro, mas a situação começou a ficar ruim, com o trabalho escasso e eu não conseguia pagar para morar numa casa simples”, relata.

Com a crise econômica, perdeu emprego e deixou, consequentemente, de cumprir com os compromissos do aluguel. Enquanto recolhia a cerca que instalara em seu barraco, salientou que o “importante é não perder a fé, pois uma hora a situação da gente melhora”.

Fonte e Fotos : Notícias Botucatu Por Flávio Fogueral

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