07 de outubro, 2025

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Sem polinização, sem futuro: por que salvar as abelhas é salvar a humanidade

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No dia 3 de outubro, celebramos o Dia Nacional das Abelhas. Mais do que uma data simbólica, é um lembrete urgente de que a sobrevivência desses pequenos insetos está diretamente ligada ao nosso futuro. Afinal, sem polinização, não há biodiversidade, não há segurança alimentar — e, em última instância, não há futuro.

A crise silenciosa das abelhas

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Nos últimos cinco anos, mais de 500 milhões de abelhas morreram só no Brasil, em grande parte devido ao uso intensivo de agrotóxicos, especialmente os neonicotinóides — banidos na União Europeia, mas ainda comuns por aqui. Essa mortandade em massa ameaça muito mais do que as próprias espécies: compromete o equilíbrio dos ecossistemas e a produção de alimentos no campo.

De acordo com a ONU, três em cada quatro culturas agrícolas no mundo dependem da polinização feita por insetos. Ou seja, sem abelhas, cadeias inteiras de frutas, verduras e legumes estariam em risco.

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Soluções que vêm do Brasil

Apesar do cenário preocupante, iniciativas inovadoras vêm mostrando que é possível reverter essa trajetória. No Pará, a Melipona desenvolve soluções de manejo de abelhas nativas sem ferrão, promovendo o monitoramento de colônias, a implantação de caixas racionais e o apoio à agricultura familiar. O resultado é duplo: maior produtividade agrícola e conservação de espécies essenciais para o equilíbrio ambiental.

Outro exemplo vem da Bahia, com a Bee2Be, fundada por Simone Ponce. A empresa nasceu da experiência pessoal de sua criadora com os benefícios dos produtos apícolas, mas rapidamente se tornou um ecossistema de impacto: conecta apicultores locais a mercados justos, oferece serviços de polinização para a agricultura sustentável e ainda integra abelhas em projetos de restauração ecológica conduzidos por grandes empresas. É uma prova de que as abelhas podem ser aliadas não só da natureza, mas também de modelos de negócios regenerativos.

Agricultura sem veneno, futuro com abelhas

Os casos da Melipona e da Bee2Be mostram que proteger as abelhas é possível quando unimos conhecimento tradicional, inovação tecnológica e justiça de mercado. Mas isso só terá escala real se o país também avançar em políticas públicas de incentivo à agroecologia e de redução no uso de agrotóxicos.

Não por acaso, especialistas como a bióloga Marina Lacorte, do Greenpeace Brasil, alertam que continuar importando venenos banidos em outros países é um “tiro no pé” para a nossa agricultura. Afinal, cada colônia de abelhas perdida significa menos florestas regeneradas, menos lavouras produtivas e menos comida no prato das famílias brasileiras.

Vitoria Junqueira, head de mobilização e relações institucionais da Aliança pelo Impacto. (Foto: Divulgação)

O que está em jogo

Salvar as abelhas não é apenas uma pauta ambientalista: é uma questão de segurança alimentar, de saúde pública e de justiça social. Milhões de agricultores familiares no Brasil dependem da polinização para garantir sua produção. Comunidades inteiras podem se beneficiar de cadeias sustentáveis de mel e derivados. Empresas podem — e devem — incorporar serviços ecossistêmicos em suas estratégias de impacto.

As abelhas nos mostram, diariamente, que a vida é feita de interdependência. Sem elas, não há frutos, não há diversidade, não há futuro.

Uma agenda para todos nós

Neste Dia Nacional das Abelhas, fica um chamado à ação: apoiar produtores locais, reduzir o uso de agrotóxicos, valorizar práticas agroecológicas e incentivar soluções inovadoras que unem conservação e geração de renda.

Se quisermos garantir comida saudável, florestas vivas e economias resilientes, precisamos começar pequeno — protegendo justamente aqueles seres que, de tão pequenos, são gigantes para a vida na Terra.

Nos últimos cinco anos, mais de 500 milhões de abelhas morreram só no Brasil, em grande parte devido ao uso intensivo de agrotóxicos. (Foto: Mrs)

Fonte: Um Só Planeta

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