20 abril, 2024

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Sem acordo entre Embraer e Sindicato, Justiça do Trabalho determina extensão de benefícios a demitidos

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Após Embraer e o Sindicato dos Metalúrgicos não chegarem a um acordo sobre as demissões na empresa na terceira audiência sobre as demissões nesta terça-feira (29), a Justiça do Trabalho determinou em caráter liminar (temporário) que o vale-alimentação e o plano de saúde tenham duração até junho de 2021 para todos 502 trabalhadores demitidos.

A decisão foi da desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), Tereza Aparecida Asta Gemignani. Condições iguais às da liminar foram aplicadas pela empresa aos 1,6 mil funcionários que aderiram ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) (leia mais abaixo).

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Durante a audiência a Justiça do Trabalho questionou a empresa sobre a possibilidade de oferecer um valor similar ao do PDV para os demitidos, mas a Embraer informou que não conseguiria fazer uma proposta financeira no momento.

A proposta da desembargadora nos autos foi de compensação financeira de um salário por ano trabalhado para cada trabalhador demitido. Mas não houve acordo sobre ela.

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Com base em uma proposta da assessoria econômica do TRT-15, a desembargadora propôs que funcionários com até 5 anos de casa recebessem dois salários e os com mais de 5 anos recebessem quatro salários como compensação financeira, mas também não houve um acordo sobre ela na audiência de conciliação.

Ao fim da audiência e com a falta de consenso, a magistrada levou em consideração a situação dos trabalhadores demitidos diante da pandemia do coronavírus para decidir sobre a liminar, que foi dada a partir de uma ação na qual o sindicato pediu equiparação dos salários dos executivos e layoff aos demitidos. A ação foi proposta após o primeiro dos três encontros que terminaram sem acordo.

Trâmite

Sindicato e Embraer terão 15 dias para se manifestar nos autos. O processo passará pela avaliação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e depois será distribuído a um relator, que poderá rever a liminar e julgar o mérito da questão, dando um parecer definitivo do caso no órgão. Não há prazo para que isso aconteça.

O que dizem Embraer e Sindicato

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos Herbert Claros ressaltou que a liminar não atende ao pedido de manutenção dos empregos. “A proposta é ruim porque não é sensível à necessidade de garantir os empregos durante a pandemia”, disse o diretor sindical.

Já a Embraer informou que a “decisão coincide com a proposta apresentada pela empresa durante as audiências no TRT”.

“A Embraer manteve a coerência de propor o mesmo pacote de benefícios aprovado pela maioria das entidades sindicais que representam profissionais da companhia pelo Brasil, como o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu, Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado de São Paulo (Sintec-SP) e Sindicato Nacional dos Aeronautas. Em todas as negociações, a Embraer reforçou o compromisso de preferência na recontratação dos ex-colaboradores, conforme retomada do mercado e política de recursos humanos da companhia”, diz nota enviada pela empresa.

Sem acordo

A discussão já se arrasta há quase um mês após a empresa anunciar os 900 cortes de funcionários, que se somam aos 1,6 mil desligamentos por adesão a Planos de Demissões Voluntárias.

Nesta terça-feira foi debatida a proposta de negociação sugerida pela desembargadora Tereza Aparecida Asta Gemignani na última semana. Ela propôs um novo layoff para 502 dos demitidos – sendo 470 de São José dos Campos e 32 de Gavião Peixoto.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos foi favorável à medida, mas os representantes da empresa na audiência anterior foram contra.

Eles alegam que o prazo de layoff de até cinco meses é insuficiente para que se tenha a retomada econômica. Além disso, sustentam que os empregados já foram desligados da empresa e receberam as verbas rescisórias.

Ação pede anulação das demissões

A ação do sindicato requer o cancelamento de todas as demissões, inclusive as referentes ao PDV. Os representantes da categoria alegam que a empresa fez os cortes sem buscar alternativas para minimizar o impacto social provocado. Já a Embraer alega que tentou negociar três PDVs com o sindicato e a proposta não foi levada para assembleia.

O sindicato defende a equalização dos salários pagos pela empresa, com teto de R$ 39.200. O órgão acredita que essa medida seria suficiente para pagar os salários de todos os 2.500 demitidos.

A empresa sustenta ainda que teve os negócios afetados pela pandemia e que adotou diversas medidas para manutenção do emprego em suas unidades.

Fonte: G1

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