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Análises laboratoriais do Instituto Adolfo Lutz confirmaram a circulação do vírus de sorotipo 2 da dengue em 19 cidades das regiões norte e noroeste do Estado de São Paulo. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado, esse vírus tende a provocar casos clinicamente mais graves da doença em pacientes anteriormente infectados com outros sorotipos. As duas regiões concentram 60% dos casos já registrados no Estado, o que levou a Secretaria a realizar videoconferência, no último dia 17, alertando as prefeituras sobre estratégias de combate ao Aedes aegypti e medidas de atendimento aos infectados.
De acordo com o coordenador de Controle de Doenças da pasta, Marcos Boulos, o Estado já vive uma epidemia de dengue, que não é tão grande quanto a de 2015, mas tem como agravante o sorotipo 2 do vírus. “Há três anos tivemos uma epidemia com prevalência do tipo 1. Quando aparece um novo sorotipo do vírus, a tendência é de que seja potencialmente mais grave. Já recebemos pedidos de ajuda de médicos da região de Araçatuba, pois estão acontecendo casos graves de dengue lá. Estamos orientando os médicos que receberem casos a atentarem para a possível gravidade e tomarem as medidas necessárias.”
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Na primeira quinzena deste mês, foram confirmados 610 casos autóctones da doença em São Paulo. Em todo janeiro do ano passado foram 888 casos. Durante o ano de 2018, a dengue atingiu 13.908 pessoas e causou dez mortes no Estado. Na grande epidemia de 2015, foram 709.445 casos e 513 mortes. Este ano, um óbito suspeito de dengue hemorrágica está sendo investigado em São Joaquim da Barra, na região de Ribeirão Preto. A vítima, uma menina de 9 anos, morreu domingo, 20, após ficar internada em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Conforme Boulos, pode ser um caso de sorotipo 2. “Deixamos de chamar de dengue hemorrágica, tratamos como dengue grave”, explicou.
Em Bauru, a prefeitura admitiu risco de epidemia, após contar 214 casos autóctones em duas semanas – quase o total de todo ano passado. “Este ano, a cidade registrou o sorotipo 2 da dengue, que não acontecia há anos, e isso preocupa, uma vez que a população não tem imunidade contra esse tipo de vírus”, informou a Secretaria de Saúde. O município intensificou a nebulização, realizada inclusive à noite.
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Pacientes com sintomas lotavam as unidades básicas de saúde, na noite de segunda-feira, 21. “Queremos garantir que os serviços públicos estejam preparados para atender de forma qualificada os pacientes que precisarem”, disse o secretário José Henrique Ferreira. A cidade de Andradina, na região de Araçatuba, tem o maior número de casos confirmados este ano – 299, quase a metade de todo o Estado. A prefeitura iniciou a nebulização das ruas com inseticida nesta terça-feira, 22.
Conforme a Secretaria estadual, levantamento de índice rápido para Aedes aegypti realizado no final do ano passado, mostrou que quase todas as cidades de ambas as regiões estão em situação de risco para a dengue devido ao alto índice de infestação predial. A cada cem imóveis pesquisados, quatro tinham larvas. As cidades com circulação do sorotipo 2 da dengue são Andradina, Araraquara, Barretos, Bauru, Bebedouro, Catanduva, Espírito Santo do Pinhal, Indiaporã, Ipiguá, Itajobi, Mirassol, Pereira Barreto, Piracicaba, Pirangi, Ribeirão Preto, Santo Antônio de Posse, São José do Rio Preto, Uchoa e Vista Alegre do Alto.
Fonte: Metro