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Ele está na boca e nos celulares do povo! O boom do momento é o aplicativo Sarahah, mais um naquele estilo “comentários anônimos”, que recentemente travou de tantos downloads feitos em tão pouco tempo. A principal questão é: por que as pessoas gostam tanto dele? Você vai conhecer as principais motivações e os perigos que se escondem atrás dessa “brincadeira”.
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Um breve contexto
O Sarahah foi criado em janeiro de 2017, por Zain al-Abidin Tawfiq, da Arábia Saudita, que achava que as pessoas deveriam ser mais francas umas com as outras no ambiente de trabalho. Inclusive, o nome do app tem como significado algo como “franqueza”, “honestidade”. Para isso, o criador disponibilizou um sistema de envio e recebimento de mensagens anônimas. Em resumo, a ideia é que você possa fazer a “sincerona” sem “dar a cara à tapa”.
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Você usaria?
Mas qual é o motivo para tamanho sucesso? “Acredito que, o que motiva as pessoas principalmente aqui no Brasil a usarem o Sarahah, é a curiosidade: ‘nossa, tá bombando, deixa eu ver como funciona’, característica também de quem o faz porque gosta de estar antenada. Mas outros fatores podem ser decisivos, como vê-lo como uma oportunidade de ter o ego inflado (caso a pessoa se ache atraente), acreditando que pode receber apenas elogios legais e ‘reforçadores’ ou criar coragem para paquerar e saber se é correspondida por aquele crush. Há ainda aqueles que buscam suprir a necessidade de chamar a atenção ou procuram algum tipo de aprovação de todos, e claro, não se pode esquecer dos que estão ávidos por esse anonimato para dispararem o que jamais falariam publicamente“, explica a psicóloga Camila Fernandes, especialista em abordagem cognitivo comportamental.
Anonimato: uma faca de dois gumes
Por que ele é tão atraente? Será uma falsa sensação de poder? Pense: se for para elogiar, falar bem, por que você o faria escondida? O bom não é que a pessoa saiba seu pensamento positivo em relação a ela? Segundo Camila, “o anonimato pode ter lados mais obscuros do que positivos. Em um mundo com tantas mentiras, ser verdadeiro pode ser um diferencial sim, mas as pessoas se sentem muito seduzidas a dizerem ‘umas verdades’ (na concepção delas) para outras. Se vai ferir, machucar, não importa, o que interessa é ‘ser sincera’”.
Existem, sim, pessoas, que usam apenas por divertimento. “Como todo aplicativo que tem seu ‘boom’, usam por um tempo, se divertem, se cansam e excluem. Outras, ficam tão fissuradas em esperar o feedback de terceiros, como forma de alimentar seu próprio ego, que com o tempo, se não tiverem suas expectativas atendidas, podem ter uma queda na autoestima, pois quanto menos recebem comentários, ou quanto mais mensagens negativas recebem, mais para baixo vai ficando”. É aí que mora o perigo!
Alerta! Alerta!
Sérios problemas de ansiedade e depressão podem ser desencadeados. A psicóloga esclarece que, “de uma forma mais direta, esse aplicativo pode afetar a vida das pessoas de duas maneiras: mexendo com a autoestima e criando o chamado e temido cyberbullying“.
Fernando ressalta que “a autoestima é a forma de acreditar em si mesma. É o poder de confiar naquilo que você, em suas qualidades e potencial. Quando ela é abalada, vem à tona o sentimento de insegurança, dúvidas constantes, necessidade de aprovação e de agradar a todos o tempo inteiro (que como foi falado, podem ser motivadores, ou seja, já começou com o pé esquerdo)”. Quanto ao cyberbullying, como o próprio nome diz, “é um modo de violência que ocorre através da internet ou de tecnologias similares. Hoje, é um meio ‘comum’ para intimidar e hostilizar pessoas“.
Caso você chegue ou esteja sofrendo com isso, e não consiga sair dessa sozinha, “não tenha vergonha ou deixe de procurar ajuda profissional. Não permita que anônimos decidam pelo seu bem-estar“, orienta a psicóloga.
Fonte: Daquidali