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O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou neste sábado (2) que seu país vai suspender sua participação no tratado INF sobre as armas nucleares de alcance intermediário, em resposta à retirada dos Estados Unidos do acordo, e prometeu que desenvolverá novos mísseis de médio alcance.
“Nossos parceiros americanos anunciaram a suspensão de sua participação no acordo, então nós também a suspenderemos”, afirmou Putin durante um encontro com seus ministros das Relações Exteriores e da Defesa, Serguei Lavrov e Serguei Shoigu.
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“A Rússia não mais tomará a iniciativa de negociar o desarmamento com os Estados Unidos”, disse o chefe de Estado, citado por agências de notícias russas.
“Vamos esperar até que nossos parceiros (americanos) tenham amadurecido o suficiente para ter um diálogo de igual para igual e significativo sobre este assunto importante”, acrescentou.
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O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, havia anunciado no Twitter que fundos seriam alocados para o “financiamento da pesquisa e desenvolvimento de novos tipos de armamentos”.
“A retirada unilateral dos Estados Unidos do tratado INF agrava a situação em termos de segurança internacional e de estabilidade estratégica”, considerou, acrescentando que tal atitude “não ficará sem resposta”.
Herança da Guerra Fria
Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira sua retirada do tratado INF, concluído pela antiga União Soviética e pelos Estados Unidos em 1987, durante a Guerra Fria. O pacto aboliu o uso de mísseis terrestres com alcance de 500 a 5.500 km e encerrou o perigoso desenvolvimento de ogivas nucleares entre as duas potências.
Para Washington, Moscou não soube abordar as preocupações geradas por seu novo sistema de mísseis de médio alcance 9M729 que, segundo os países ocidentais, contraria tratado. Já os russos alegam que os mísseis são permitidos pelo pacto.
Washington vai deixar totalmente este acordo “dentro de seis meses” se “a Rússia não voltar total e plenamente, de forma verificável, ao tratado”, destruindo os mísseis e os lançadores que supostamente deslocou e que violam o pacto, declarou neste sábado o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
Segundo o chefe da diplomacia americana, seu país tratou com a Rússia mais de 30 vezes sobre o tema das supostas violações ao tratado.
Pompeo ressaltou, porém, que os Estados Unidos estão prontos para continuar discutindo com a Rússia sobre “a questão do desarmamento”.
Em dezembro passado, Washington havia dado a Moscou um prazo de 60 dias, que venceu neste sábado, para desmantelar mísseis que, segundo os americanos, violam o acordo INF.
Já Putin advertiu previamente que a retirada de Washington do INF levaria a uma nova corrida armamentista.
O chefe de Estado russo também ameaçou autorizar o desenvolvimento de mísseis de alcance intermediário e evocou a adaptação de armamento até então posicionado em mar ou ar – e não proibidos pelo tratado – para ser utilizado em terra.
A Rússia nega as acusações “sem fundamento”, acusando Washington de violar o tratado INF.
Em Bruxelas, a Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan) emitiu nota oficial apoiando plenamente a decisão americana.
Já a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, pediu que as duas partes preservem o tratado mediante um “cumprimento completo”.
A China, por sua vez, expressou neste sábado sua “oposição” à retirada unilateral de Washington do tratado e exortou que os dois países se engajem em um “diálogo construtivo” para evitar “consequências negativas”, indicou Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.
Fonte: Yahoo!