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A crise de abastecimento de diversos produtos, incluindo combustíveis, consequência direta da paralisação dos caminhoneiros, mostrou uma cena peculiar em Botucatu durante quase duas semanas: filas gigantescas, postos sem combustíveis, e longos períodos de espera para a compra de gasolina, etanol e diesel.
A situação vivida pelos botucatuenses retrata o crescimento constante da frota de veículos novos na Cidade. Relatório do Departamento Estadual de Trânsito (Detran.SP) aponta que somente nos quatro primeiros meses deste ano foram emplacados 1.006 novos veículos, número 20% maior do que o registrado no mesmo período de 2017, ano considerado de recuperação pela indústria automobilística nacional.
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Entre janeiro e abril do ano passado ocorreram 812 vendas de veículos zero quilômetro, sendo que a marca das mil lacrações foi superada em maio. No montante dos doze meses foram 2.805 emplacamentos de veículos em Botucatu, com o maior número ocorrendo em novembro (268).
Somente em abril de 2018 foram 278 novos veículos, com 160 novos automóveis acrescentados ao trânsito das ruas botucatuenses. O Dentran.SP aponta, ainda, que no período foram 58 emplacamentos da categoria de veículos leves, que compreendem caminhonetes, micro-ônibus e utilitários. Já motocicletas registraram 46 novos registros. O referido mês, inclusive, foi o que mais registrou vendas de veículos no ano.
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A frota estimada em Botucatu é de 97.400 veículos – em todas as categorias -, conforme o órgão estatal de trânsito. Com isso, há 1,45 habitante por veículo no município, que conta com 142 mil habitantes, conforme projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Consequências
O aumento da frota vem acompanhado da incidência de arrecadação em impostos e tributos. Cálculo da Secretaria de Estado da Fazenda estima que Botucatu terá a arrecadação de R$ 50,177 milhões no Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) no exercício de 2018, com 61.785 veículos tributáveis.
Por outro lado, o crescimento da frota exige investimentos em infraestrutura urbana. Parte da estrutura viária de Botucatu ainda é antiga e concentra gargalos significativos, principalmente no acesso às regiões centrais. Um dos projetos para desafogar o crescimento de veículos em circulação é o Anel Viário, que começa a sair do papel. A primeira etapa consiste na construção do viaduto entre os Jardins Cristina e Paraíso. Também serão feitos acessos e construídas novas avenidas para circundar e facilitar o tráfego entre as diferentes regiões.
Fonte: Flávio Fogueral / Jornal Leia Notícias
