22 de junho, 2025

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Rios ‘aéreos’ na Antártica devem dobrar até 2100, com consequências globais

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A Antártica poderá enfrentar o dobro de eventos climáticos extremos até o final do século, com o aumento de fenômenos conhecidos como rios atmosféricos — faixas estreitas e intensas de ar úmido e quente que percorrem milhares de quilômetros e despejam grandes volumes de precipitacão. A conclusão é de um estudo publicado na revista Nature Communications.

Segundo os pesquisadores, o agravamento da crise climática está elevando a quantidade de vapor de água na atmosfera, o que alimenta esses “rios aéreos” e intensifica sua frequência e intensidade. Usando modelos climáticos de alta resolução e diferentes cenários de emissões de gases de efeito estufa, a equipe internacional prevê que, se as emissões continuarem altas, a quantidade de rios atmosféricos sobre a Antártica poderá dobrar até 2100 — com um aumento de 2,5 vezes na precipitação causada por esses eventos.

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O impacto desses rios atmosféricos é ambíguo: podem tanto provocar chuvas e derretimento superficial do gelo — o que desestabiliza plataformas de gelo e acelera seu colapso — quanto trazer grandes quantidades de neve, o que, temporariamente, ajuda a repor o gelo perdido para o oceano.

“Este é o primeiro estudo que analisa como esses eventos extremos na Antártica podem mudar em resposta ao aquecimento induzido pelo ser humano neste século”, explica Michelle Maclennan, cientista do British Antarctic Survey e coautora do trabalho. “Compreender esses padrões futuros é essencial para prever a contribuição da Antártica para o aumento do nível do mar.”

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Embora o estudo indique um crescimento da precipitação em forma de neve, que pode mitigar, por ora, parte do derretimento, os pesquisadores alertam que o aumento da umidade atmosférica torna os eventos extremos muito mais comuns e imprevisíveis.

Os rios atmosféricos não são exclusivos das regiões polares, mas têm papel fundamental na dinâmica climática da Antártica. Além da precipitação, eles podem trazer calor e provocar derretimentos rápidos em regiões antes estáveis.

Com potencial para elevar o nível global do mar em até 60 metros, qualquer mudança na estabilidade da camada de gelo antártica tem consequências globais. Embora as projeções atuais de elevação do nível do mar até 2100 variem entre 0,5 e 1 metro, os cientistas alertam que os rios atmosféricos representam um fator ainda pouco considerado que pode alterar significativamente esses cenários.

Plataforma de Gelo Oriental de Thwaites. (Foto: Michelle Maclennan, BAS)

Fonte: Extra

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