21 de agosto, 2025

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Respiro para o clima: desaceleração acentuada no derretimento do Ártico surpreende cientistas

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O Ártico vive um aparente alívio. Nos últimos 20 anos, o gelo marinho da região vem derretendo em um ritmo mais lento, apesar do avanço do aquecimento global. A descoberta, no entanto, não significa uma reversão da crise climática; pesquisadores afirmam que se trata apenas de uma pausa.

No novo estudo “Perda mínima de gelo marinho no Ártico nos últimos 20 anos, consistente com a variabilidade climática interna”, publicado na revista Geophysical Research Letters, cientistas relataram que evidências de modelagem climática sugerem que isso é resultado de “variações climáticas naturais”.

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Os cientistas das Universidades de Exeter, do Reino Unido, e Columbia, dos Estados Unidos, disseram que a desaceleração é temporária e pode continuar por mais 5 a 10 anos. Mas, depois disso, provavelmente será seguida por um declínio do gelo marinho mais rápido do que a média.

Aves marinhas voando no Ártico (Foto: Um Só Planeta)

Eles investigaram as mudanças observadas na cobertura de gelo marinho do Ártico usando dois conjuntos de dados coletados com medições de satélite de 1979 até os dias atuais.

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Com foco em setembro, quando a cobertura atinge seu mínimo anual, o que se verificou foi que o gelo marinho entre 2005 e 2024 diminuiu em 0,35 e 0,29 milhões de km2 por década, respectivamente.

A taxa de declínio de longo prazo para o período de 1979 a 2024 foi de 0,78 e 0,79 milhões de km2 por década (dependendo do conjunto de dados usado), tornando a desaceleração uma redução de 55% e 63%.

Essa foi a menor taxa de perda em qualquer período de 20 anos desde o início dos registros de satélite, em 1979, e quatro a cinco vezes mais lenta do que o pico registrado de 1993 a 2012.

Uma característica semelhante foi observada ao medir o volume de gelo perdido, que entre 2010 e 2024 foi de 0,4 milhões de km3 por década – sete vezes menor do que a perda de longo prazo de 2,9 milhões de km3 por década de 1979 a 2024.

E a desaceleração na perda de gelo marinho foi evidente em todos os meses do ano, não se limitando aos meses de verão ou inverno. “Este não é um evento extremamente raro – ao longo de um século, deve ocorrer algumas vezes”, disse Mark England, que liderou o estudo na Universidade de Exeter, ao The Guardian.

Os pesquisadores estimam que a desaceleração atual tem uma chance em duas de persistir por mais cinco anos e uma em quatro de durar mais 10 anos. No entanto, não durará para sempre, com modelos climáticos indicando que, quando a atual terminar, o ritmo de perda de gelo marinho do Ártico poderá ser 0,6 milhões de km2 por década, mais rápido do que o declínio mais amplo de longo prazo.

Segundo o estudo, as evidências de modelagem não são conclusivas para determinar se as ações humanas foram a causa dessa desaceleração. O provável é que a “variabilidade climática interna” – as variações naturais no clima devido às interações entre componentes do sistema terrestre – tenham desempenhado um papel importante.

“As condições do gelo marinho no verão no Ártico estão pelo menos 33% mais baixas do que eram no início do registro de satélite, quase 50 anos atrás”, apontou England. “Dado isso – e o fato indiscutível das mudanças climáticas causadas pelo homem – pode parecer surpreendente encontrar uma desaceleração temporária na perda de gelo marinho do Ártico”, completou.

Fonte: Um Só Planeta

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