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O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton (foto), afirmou nesta quarta-feira (21) que os contatos entre representantesdo regime chavista na Venezuela e do governo dos Estados Unidos objetivam a saída de Nicolás Maduro do poder.
Segundo Bolton, o encontro – confirmado na véspera tanto por Maduro quanto por Donald Trump – ocorreu pelas costas do chefe do chavismo.
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“Como o presidente [Trump] declarou em repetidas ocasiões, para pôr fim ao roubo dos recursos do povo venezuelano e à contínua repressão, Maduro deve sair”, tuitou Bolton.
“Os únicos assuntos discutidos por aqueles que estão se aproximando pelas costas de Maduro são sua saída e eleições livres e justas”, acrescentou.
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A declaração contradiz a versão de Nicolás Maduro, que afirmou ter autorizado os contatos em busca de “resolver o conflito” com a Casa Branca. “Confirmo que há meses ocorrem contatos de altos funcionários do governo dos Estados Unidos, de Donald Trump, com o governo bolivariano que presido, sob minha expressa autorização direta”, disse o chavista.
Número dois do chavismo
Uma reportagem da Associated Press informou que representantes da Casa Branca se reuniram com Diosdado Cabello – considerado líder governista venezuelano mais poderoso depois de Maduro.
Trump, porém, despistou ao ser perguntado se os contatos ocorreram com Cabello. “Não quero dizer quem, mas estamos falando em muito alto nível”, disse.
“Estamos ajudando a Venezuela tanto quanto podemos. Nos mantemos à margem, mas estamos ajudando. Precisa de muita ajuda. Há 15 anos, era um dos países mais ricos. Agora é um dos países mais pobres”, afirmou o presidente americano na terça.
Guaidó rechaça versão de Maduro
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, chamou Maduro de “torpe” por considerar que o chavista tenta convencer de que autorizou as conversas com Trump.
“Maduro, o usurpador, já está desesperado e é tão torpe que teve de ir atrás do que os Estados Unidos diziam”, alfinetou Guaidó, segundo a agência France Presse.
Para Guaidó, o chavista tentou mostrar que era ele quem estava à frente das conversas com a Casa Branca. “Horas depois, foi desmentido e caiu no ridículo”, acrescentou, durante entrevista coletiva.
“A interlocução legítima da Venezuela está com o Parlamento (…) e com seu presidente encarregado”, frisou.
Foram as primeiras declarações de Guaidó nominalmente a respeito das conversas anunciadas entre chavismo e Casa Branca. Na noite de terça, logo após a confirmação dos contatos, o oposicionista acusou Maduro de “enganar o mundo” – sem mencionar diretamente a confirmação das conversas.
Venezuela e Estados Unidos não têm embaixadores nas respectivas capitais desde 2010 e cultivam uma tensa relação desde a chegada ao poder, em 1999, do falecido presidente Hugo Chávez, antecessor de Maduro. O representante de Trump para a crise venezuelana, Elliott Abrams, reconhece, contudo, que Washington conserva um canal diplomático com Caracas.
Fonte: Yahoo!