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A represa de Jurumirim, em Avaré (SP) atingiu o nível mais baixo dos últimos 25 anos, segundo dados da Agência Nacional de Águas.
De acordo com o monitoramento diário da Agência, o volume da represa chegou 13,71% da capacidade total. Com o nível, as faixas de areia ao redor da represa estão aumentando e é possível ver os tocos de árvores que antes ficavam submersos.
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Ainda segundo a agência, o volume médio registrado nos últimos dez anos no começo de fevereiro era de 60%, bem acima dos 13,71% registrados nesta terça-feira (5), o último dado oficial.
A paisagem diferente atrapalha o dia a dia de quem depende da represa pra trabalhar ou quer se divertir, já que o risco de navegação faz com que embarcações fiquem paradas em marinas.
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Marcela Conceição Gabriel é dona de uma marina que fica perto de Itaí (SP) e conta que tem mais 80 embarcações paradas pelo risco de navegação no mês de janeiro, que costuma ser dos melhores no ano.
“Recebo ligações toda semana perguntando como que está o nível da represa. Tenho clientes que são de fora e ligam para saber como está. Quando digo que está muito baixo eles nem vem para cá, porque querem estar usando a lancha e deixam de vir por esse motivo”, diz.
Ela ainda afirma que, mesmo com o nível baixo, alguns clientes utilizam as lanchas. Porém, o cuidado precisa ser redobrado.
“Ainda conseguimos colocar, mas deixamos avisado para tomar cuidado pois, pegar um toco, além de ser perigoso, pode danificar o barco e ficar um custo alto pro cliente”, explica.
Luciano Maciel tem uma casa na represa há 40 anos, e conta que a paisagem do local era bem diferente.
“Praticamente sou nascido e criado aqui. Nunca vi nesse nível. Já esteve baixo mas não como atualmente. Cada dia está mais precário descer as embarcações e curtir a praia”, conta.
Devido ao volume da água, um morador de Itaí construiu uma rampa de concreto para facilitar o acesso das embarcações até a represa. Com o reservatório com 14,03% da capacidade total, toda a rampa está para fora da água.
Respostas
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou, em nota, que não existe risco para o abastecimento de energia, pois dispõe de outras fontes de energia.
Afirmou ainda que, como o sistema elétrico é interligado, é possível fazer intercâmbio de energia entre as regiões.
A usina Jurumirim afirma que a falta de chuva contribuiu para a redução no nível do reservatório.
Contudo, o atual nível é considerado normal para a operação da usina, estando em conformidade com as autorizações regulatórias, e não trazendo qualquer prejuízo direto para o meio ambiente e para a ictiofauna (peixes).
Fonte: G1