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O deputado Emídio de Souza (PT), relator do caso em que Isa Penna (PSOL) acusa Fernando Cury (Cidadania) de assédio sexual, sugeriu que a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) suspenda o mandato do acusado por seis meses por quebra de decoro. O parecer de Souza foi apresentado na manhã desta quarta-feira no Conselho de Ética da Casa.
Cury foi denunciado ao conselho por Isa Penna após abordá-la pelas costas e passar a mão em seu corpo em 16 de dezembro. Na ocasião, os deputados votavam o orçamento do estado em sessão plenária na Alesp.
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“Ao abraçar pelas costas a deputada Isa Penna e lhe tocar os seios sem seu consentimento, o deputado Fernando Cury teve um comportamento inadequado que atentou contra a ética e o decoro parlamentar. Proponho a esse conselho que seja aplicada a Cury a pena de suspensão do seu mandato pelo prazo de seis meses”, declarou Emídio de Souza.
Ao fim, o petista também sugeriu que a Mesa Diretora da Alesp coloque em votação projetos de lei “que visem ampliar a proteção às mulheres contra todo tipo de violência”.
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O colegiado estava pronto para votar se concordava ou não com o parecer de Souza, no entanto, os deputados Wellington Moura (Republicanos) e Adalberto Freitas (PSL) pediram vista do processo para estudá-lo. Barros Munhoz (PSB) e Souza se colocaram contrariamente ao pedido e cobraram agilidade na definição do caso.
A presidente do conselho, Maria Lúcia Amary (PSDB), propôs então que a votação sobre a punição de Cury seja feita na próxima sexta-feira, às 10h. Com cinco votos a favor, a sugestão foi acatada.
O órgão corre contra o tempo. Se o caso não chegar ao fim até o dia da última sessão, em 10 de março, todo o processo teria de se arrastar por mais algumas semanas. Isso porque a Alesp elegerá seu próximo presidente no dia 15. Com novo comando, todas as comissões, inclusive o Conselho de Ética, precisarão ser recompostas com outros membros, o que protelaria a definição da denúncia contra Cury.
Em 10 de fevereiro, o Conselho de Ética aprovou, por unanimidade, a admissibilidade da denúncia por quebra de decoro contra Cury. Para os deputados, livrar o acusado de qualquer punição mancharia a imagem da Alesp em razão da repercussão midiática do caso.
Cury enfrenta processos relativos ao episódio em outras esferas: dentro de seu próprio partido e no Ministério Público de São Paulo .
Em suas defesas apresentadas ao conselho, Cury negou ter apalpado o seio de Isa Penna. Ele se referiu à abordagem como um “rápido e superficial abraço” e um “gesto de gentileza”, por ter interrompido a conversa da colega com o presidente Cauê Macris (PSDB) na Mesa Diretora.
Fonte: Último Segundo – iG – Foto: Divulgação/Alesp