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O Rei do Marrocos fez sua primeira aparição pública desde o terremoto, que já deixou quase 3 mil mortos e mais de 5,5 mil pessoas feridas.
Em um hospital, Mohammed VI conversou com sobreviventes do terremoto de 6,8 – o mais mortal do país em seis décadas e doou sangue.
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Durante sua visita, o rei também expressou seu agradecimento à Espanha, ao Catar, ao Reino Unido e aos Emirados Árabes Unidos por enviarem equipes de resgate para auxiliar no socorro às vítimas. No entanto, até o momento, o Marrocos não aceitou ofertas de outros países.
Enquanto a população do Marrocos demonstra respeito pelo rei, também há uma expectativa de que o governo tome medidas significativas para ajudar a comunidade a se recuperar da devastação causada pelo terremoto.
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“A população aqui ama o rei, mas espera que ele faça algo”, cobrou o Hamza.
Terremoto no Marrocos
No Marrocos, uma festa de casamento realizada na véspera do terremoto salvou a vida de todo um vilarejo. Cerca de 600 pessoas estavam reunidas ao ar livre quando o terremoto atingiu o país na sexta-feira (8). Até quatro dias após o desastre, os noivos Habiba e Mohammed ainda estão vestindo as mesmas roupas da celebração. A tenda originalmente montada para o casamento agora serve como um refúgio improvisado para aqueles que perderam tudo em decorrência do terremoto.
Em Marraquexe, a maior cidade atingida pelo terremoto, muita gente ainda dorme nas ruas. Cenas assim se repetem até a Cordilheira do Atlas, o local mais afetado.
Moulay Brahim era turística por causa do culto ao santo que dá nome à cidade. Mas, agora, moradores acham que visitantes vão demorar a voltar e movimentar o comércio de um local que já era extremamente pobre. Aicha acredita que seja questão de meses:
“Ninguém quer se arriscar em um local perigoso”, afirma.
Quase 100 horas depois do terremoto, o que os socorristas mais querem é escutar sons de latidos. Cães farejadores são treinados para latir quando encontram sinais de vida. Mas eles têm trabalhado quase em silêncio.
O desafio é enorme até para as equipes de resgate mais bem treinadas do mundo. Construções feitas basicamente com pedra e barro desmoronaram de tal forma que não sobram aqueles “bolsões de ar”, onde vítimas, muitas vezes, conseguem sobreviver durante dias após um tremor.
O Hassam tinha uma casa dessas. Perdeu o teto, mas não a solidariedade. A correspondente Bianca Rothier narra uma das cenas mais emocionantes que ela já viu. O Hassan viu que a equipe do Jornal Nacional estava em um vilarejo trabalhando durante horas e ele, mesmo acampado embaixo de uma árvore, preparou banquete. Na mesa estavam especialidades do país.
Ali do lado estava a casa mais sofisticada do vilarejo de Tansrat. Nem a casa, aparentemente bem estruturada, foi poupada. O carro está completamente destruído. O Jamal era o dono. Agora, teme o frio, em um local onde neva. O pior ainda está pela frente.
Ele, agora, também precisa dormir em uma tenda. Mas ainda é capaz de sorrir. Jamal explicou que as crianças estão achando a experiência até divertida porque não têm a dimensão do que aconteceu. Curiosas, elas ainda agradeceram a equipe do Jornal Nacional por estar lá.
Fonte: G1 – Foto: Reprodução/TV Globo