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Quando parecia que a Espanha ganhava impulso rumo à recuperação, graças ao bom ritmo da campanha de vacinação, surge um novo revés: regiões como a Catalunha pediram autorização para um novo toque de recolher, a fim de conter a quinta onda da pandemia.
“A situação é muito delicada”, reconheceu o presidente regional catalão, Pere Aragonès, ao anunciar hoje que seu governo pediu autorização judicial para que Barcelona e outras 157 localidades reinstaurem o confinamento entre 1h e 6h a partir do fim de semana, por sete dias, seguindo os passos da vizinha Comunidade Valenciana, que já obteve permissão.
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Outras regiões, como a Cantabria, aguardam uma decisão, enquanto os tribunais das Canárias negaram o pedido do Executivo do arquipélago.
A Catalunha aceleraria, assim, a reversão iniciada na semana passada, quando decretou a proibição de atividades noturnas em espaços fechados por 15 dias, alarmada pela explosão de infecções que se seguiram à tradicional festa de San Juan e à reabertura das boates no fim de junho.
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Com uma incidência acumulada de 1.068,04 casos a cada 100.000 habitantes em 14 dias, a Catalunha lidera as infecções da quinta onda, quando a média nacional para todas as idades é de 469,5 casos. A variante Delta contribui para o novo surto, somando entre 15% e 20% dos casos em nível nacional, e deve continuar se propagando, indicou a ministra da Saúde, Carolina Darias.
Poucos mortos
Nas últimas duas semanas, a região, de 7,7 milhões de habitantes, diagnosticou mais de 83 mil casos positivos. Municípios como Barcelona pedem ajuda há dias para controlar o acesso a praias e parques. “O que nos surpreendeu um pouco foi a velocidade do contágio”, disse à AFP o médico Álvaro Arcocha, vice-diretor do Hospital Bellvitge.
Em seu centro, os internados na ala para a covid-19 passaram de 20 para 110 pacientes em apenas duas semanas, com uma idade média muito menor do que antes: 44 anos.
Impulsionada pela variante Delta e com grande parte da população vulnerável vacinada, essa nova onda é diferente. Os hospitais recebem pacientes mais jovens, muitos ainda não vacinados ou com apenas uma dose.
“Agora o que pesa muito é a internação. A questão é se isso vai dar uma guinada para a UTI, como aconteceu em outras ondas, ou se, sendo pacientes mais jovens, eles irão se recuperar rapidamente. Veremos à medida que avançarmos”, explicou.
Em nível nacional, tanto os números de internados em UTIs (que ocupam em média 8% dos leitos disponíveis) quanto de óbitos (10 hoje) permanecem bem abaixo dos picos da pandemia.
Vacina, o elemento mitigador
A principal preocupação agora é administrar a onda em pleno período de férias do pessoal de saúde e após o relaxamento das medidas, como o uso da máscara, que não é obrigatório ao ar livre desde 26 de junho. A aposta nacional é acelerar a campanha de vacinação, que segue em um bom ritmo.
“Na semana de 19 de julho, atingiremos 25 milhões de espanhóis com um regime completo. Isso significa que antes do final do verão, antes do final de agosto, já teremos 70% da população imunizada com duas doses”, sublinhou o chefe do Governo, Pedro Sánchez, em entrevista televisionada na noite de terça-feira, onde pediu um esforço adicional aos mais jovens.
Os médicos também se apegam ao avanço da vacinação para não reviver o pior de um pesadelo que já deixou mais de 81 mil mortos na Espanha. “Se não fosse pela vacina, estaríamos todos confinados e seria o mesmo drama que vivemos há um ano. Graças à vacina estamos como estamos”, enfatizou Álvaro Arcocha.
Fonte: Yahoo!