25 de novembro, 2024

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Queimaduras de sol e até câncer: vida selvagem na Antártica sofre com buraco na camada de ozônio

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É bem sabido que a camada de ozônio da Terra oferece uma barreira protetora contra os raios nocivos do sol. Porém, um já conhecido buraco na camada afeta a Antártica durante alguns meses por ano, permitindo a entrada de luz ultravioleta (UV). Agora, pesquisadores alertam que o buraco persiste no continente por mais algumas semanas, em comparação com quatro anos atrás.

Isto significa que a vida selvagem antártica, como focas e pinguins, corre maior risco de sofrer queimaduras solares, enquanto outras plantas e animais também são afetados. Os animais podem contrair câncer devido à radiação UV, tal como os humanos, embora os pêlos e as penas ofereçam alguma protecção.

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Geleira na Antártida está perto de atingir ponto irreversível de degelo (Foto: Jennifer Latuperisa-Andresen / Unsplash)

O novo estudo foi liderado por Sharon Robinson, bióloga de mudanças climáticas e pesquisadora da Antártica na Universidade de Wollongong, na Austrália. Os pesquisadores referiram-se a dados da NASA de instrumentos de satélite que monitoram a camada de ozônio enquanto compilavam evidências sobre o efeito dos raios UV em várias espécies.

“Se os buracos na camada de ozônio durarem mais, os animais que se reproduzem no verão ao redor da vasta costa da Antártica ficarão expostos a altos níveis de radiação UV refletida”, afirmam Robinson e colegas no The Conversation. “Mais UV podem passar, e o gelo e a neve são altamente refletivos, refletindo esses raios”, completou ela.

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O buraco na camada de ozônio não permanece do mesmo tamanho durante todo o ano – na verdade, ele abre e fecha anualmente à medida que as estações e as temperaturas mudam. Normalmente, o buraco na camada de ozônio abre por volta de agosto e atinge a sua extensão máxima por volta de outubro, antes de fechar novamente no final de novembro, explica a BBC.

Esse é um período em que a maioria dos animais e plantas da Antártida estão protegidos pela neve e pela cobertura de gelo marinho. Mas os especialistas descobriram que o buraco dura mais tempo – até ao verão – quando esta cobertura derrete, colocando-os em risco. O que piora a situação é que em dezembro é o pico da temporada de reprodução de muitos animais antárticos.

Pinguins e focas adultos têm penas e pelos protetores, mas seus filhotes que ainda não desenvolveram essa cobertura podem ser mais vulneráveis. E o krill – o pequeno crustáceo marinho que está na base da cadeia alimentar no oceano – mergulhará mais profundamente na água quando a radiação UV for demasiado elevada. Isto poderia tornar a sobrevivência mais difícil para os pinguins, focas, baleias e outras formas de vida marinha que deles se alimentam, apontam os investigadores.

Fonte: Um Só Planeta

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