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12,5 milhões de brasileiros estão sem uma gota de chuva há mais de 100 dias. A preocupação é imensa porque o fogo também castiga o país: 24 estados e o Distrito Federal têm hoje focos de incêndio. Em Brasília, as chamas já consumiram 40% da Floresta Nacional.
Duas das cinco nascentes dentro da Floresta Nacional já foram atingidas pelo incêndio. De lá saí a água que abastece boa parte da capital do país. O combate ao fogo já dura mais de 30 horas. As labaredas alcançam as copas de árvores, até as mais altas, e chegam perto das casas. Cento e cinquenta pessoas trabalham na linha de frente, mas o vento dificulta a contenção do fogo.
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“Esse trabalho aqui é totalmente imprevisível. A gente tem o fator vento que muda toda hora”, afirma o analista ambiental Hudson Coimbra Felix.
Dois minutos de conversa e, no meio da entrevista, o vento virou. Para entrar no local, só com equipamento de proteção individual do ICMBio.
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“A gente está ouvindo um barulho de incêndio e vai ver se ele está avançando, se é um incêndio controlado ou não. A gente acabou de passar por essa área, que parecia estar controlada, e o incêndio aumentou de uma hora para outra. Em questão de poucos minutos, a gente tem um incêndio aqui”, conta o repórter Victor Boyadjian.
“Se ele atravessar essa linha aqui, a gente vai ter que fazer uma outra linha atrás dele”, diz Hudson Coimbra Felix.
A suspeita do ICMBio é de que o incêndio seja criminoso.
“Tivemos a informação, através de um chacareiro, que três pessoas estavam circulando justamente na área onde começaram os focos de calor e, consequentemente, os incêndios”, diz Fábio Miranda, chefe da FLONA.
A Polícia Federal está investigando. E não é só em Brasília. Em todo o país já são 33 inquéritos para apurar as causas de incêndios florestais. Segundo o Inpe, 24 dos 27 estados brasileiros e o Distrito Federal registram focos de queimadas; mais de 9 mil focos de incêndio nas últimas 24 horas.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou em audiência no Senado que a situação é preocupante.
“Se não tivéssemos nos preparado desde janeiro de 2023 para tomarmos as medidas que estão em curso, nós teríamos uma situação completamente incontrolável. Eu diria que o esforço que está sendo feito nesse momento é o esforço de tentar ‘empatar o jogo’, com essas condições totalmente desfavoráveis”, afirmou.
Marina Silva disse que o Pantanal está ameaçado.
“O diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o final do século. E isso tem um nome: se chama baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia, nem dos rios nem da área da planície alagada. Portanto, a cada ano se vai perdendo cobertura vegetal, seja em função de desmatamento ou de queimadas, você prejudica toda a bacia e assim, segundo eles, até o final do século, nós poderemos perder a maior planície alagada do planeta”, disse.
Fonte: Jornal Nacional