15 de novembro, 2024

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Quase metade das cidades chinesas estão afundando, diz pesquisa, afetando 400 milhões de pessoas

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Na China, quase meio bilhão de pessoas vivem em cidades que estão, pouco a pouco, afundando devido ao peso dos prédios e à extração de água subterrânea abaixo dos centros urbanos. O alerta vem de um estudo publicado nesta semana na revista científica Science.

A pesquisa aponta que 45% das áreas urbanas do país afundam mais que 3 milímetros por ano, com 16% baixando o nível do solo a uma taxa superior a 10 milímetros por ano. A China sofre hoje perdas anuais de cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) devido a afundamentos deste tipo.

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Segundo os pesquisadores da South China Normal University, no final deste século quase um quarto das terras costeiras chinesas poderá estar abaixo do nível do mar, um perigo acentuado pelas mudanças climáticas, que vem provocando o degelo nos polos do globo e a consequente alta nas marés.

O famoso distrito de Bund, em Xangai. (Foto: Um Só Planeta)

Nas cidades chinesas, hoje são cerca de 900 milhões de habitantes, sendo que 45% destes são moradores (405 milhões de pessoas) de alguma cidade que está passando por afundamentos.

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Xangai, maior cidade chinesa, afundou 3 metros no último século, revela reportagem do jornal The Independent. A capital, Pequim, afunda cerca de 45 milímetros por ano, principalmente perto de rodovias e estações de metrô.

Esta é a primeira vez que os cientistas usam dados de satélite para medir sistematicamente a quantidade de cidades que estão afundando na China. O estudo considerou medições feitas entre 2015 e 2022, conta reportagem da rádio pública americana NPR.

Estudos semelhantes na Europa e nos Estados Unidos também encontraram subsidência (termo técnico para o afundamento urbano) significativa em algumas cidades, mas não mostraram o mesmo afundamento generalizado que está presente em toda a China.

“Este é um problema nacional ou mesmo internacional”, afirma Robert Nicholls, especialista em subsidência da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, que não esteve envolvido no estudo.

Medições deste tipo são importantes para basear planos de prevenção e até mesmo para reverter afundamentos que já ocorreram. Em locais onde a remoção de águas subterrâneas é o principal problema, as cidades podem proibir o bombeamento. Em alguns casos, é até possível colocar água de volta ao solo para sustentar o terreno.

Nicholls cita o exemplo de Tóquio, que registrou uma descida de 4,5 metros no século 20, mas estabilizou partes mais baixas da cidade com regras rigorosas sobre o uso de águas subterrâneas.

Fonte: Um Só Planeta

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