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Entre 16 e 24 de junho, 4,97 bilhões de pessoas globalmente sofreram com o calor extremo provocado pelas mudanças climáticas, aponta o Índice de Mudanças Climáticas (CSI) da Climate Central, grupo independente formado por cientistas e comunicadores.
As nações nas quais as pessoas foram mais atingidas no período foram: Índia (619 milhões de pessoas), China (579 milhões), Indonésia (231 milhões), Nigéria (206 milhões), Brasil (176 milhões), Bangladesh (171 milhões), Estados Unidos (165 milhões), Europa, com exceção da Rússia (152 milhões), México (123 milhões), Etiópia (121 milhões) e Egito (103 milhões).
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A Índia enfrentou uma de suas piores e mais longas ondas de calor, que deixou mais de 40 mil pessoas com insolação e causou 100 mortes. Em algumas regiões do país, os termômetros se aproximaram de 50°C, com uma mínima noturna de 37°C.
No Egito também foram registradas temperaturas de quase 50°C. Na província de Aswan, no Sul, pelo menos 40 pessoas morreram, destaca o Climate Central. O calor ainda provocou um aumento no consumo de energia em todo o país, e o governo foi forçado a impor cortes diários para evitar sobrecarregar a rede elétrica.
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No México, por sua vez, pelo menos 125 pessoas perderam a vida por conta da onda de calor. No dia 21 de junho, as temperaturas chegaram a 52°C no estado de Sonora.
“Mais de um século de queima de carvão, petróleo e gás natural nos deu um mundo cada vez mais perigoso. As ondas de calor que estão surgindo ao redor do mundo neste verão são desastres não naturais que se tornarão cada vez mais comuns até que as emissões de carbono parem”, disse Andrew Pershing, VP de Ciência da Climate Central, em comunicado de imprensa.
Índice de Mudanças Climáticas (CSI)
O Índice de Mudanças Climáticas (CSI) quantifica a influência das mudanças climáticas nas temperaturas diárias ao redor do mundo. A escala é centrada em zero. Um nível CSI de zero significa que não há influência detectável de mudança climática causada pelo homem.
Um nível 1 significa que as alterações climáticas são detectáveis (tecnicamente, a temperatura é pelo menos 1,5x mais provável). Os níveis de CSI 2 e superiores correspondem aos multiplicadores (2 = pelo menos 2x mais provável, 3 = pelo menos 3x mais provável etc.).
A escala CSI está atualmente limitada ao nível 5, o que significa que um CSI de 5 inclui valores mais elevados e, portanto, deve ser lido como pelo menos 5. O Climate Central destaca que seria muito difícil encontrar eventos de nível 5 do CSI em um mundo sem alterações climáticas.
Em junho, o Climate Central diz que foram atingidos níveis de CSI de pelo menos 3, indicando que o aquecimento do planeta tornou as altas temperaturas pelo menos três vezes mais prováveis de ocorrerem.
Fonte: Um Só Planeta – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil