26 de julho, 2024

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Putin suspende acordo nuclear com os EUA

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O presidente Vladimir Putin suspendeu nesta terça-feira (21) a participação Rússia no último tratado de controle de armas nucleares feito com os Estados Unidos. Ela também alertou que os russos colocaram novas armas estratégicas à disposição para combate.

Os dois países ainda têm vastos arsenais de armas nucleares remanescentes da Guerra Fria, cujos números são atualmente limitados pelo New START, acordo assinado pelos dois países em 2010 e que deveria valer até 2026 (entenda mais abaixo).

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“Sou forçado a anunciar hoje que a Rússia está suspendendo sua participação no Tratado de Redução de Armas Estratégicas”, disse Putin.

Ele também anunciou a disponibilização de um novo tipo de armamento, mas não especificou quais sistemas haviam sido colocados em serviço nem afirmou se seriam armas nucleares.

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O líder russo disse que algumas autoridades em Washington estavam pensando em retomar os testes nucleares e que o Ministério da Defesa da Rússia e a corporação nuclear deveriam, portanto, estar prontos para testar as armas nucleares russas, se necessário.

“É claro que não faremos isso primeiro. Mas se os Estados Unidos realizarem testes, então nós o faremos. Ninguém deve ter ilusões perigosas de que a paridade estratégica global pode ser destruída”, disse o presidente russo.

Putin anunciou a medida durante seu discurso anual para a elite russa, no qual prometeu continuar com a operação militar da Rússia na Ucrânia e acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos EUA, de inflamar o conflito na crença equivocada de que poderia derrotar Moscou em um confronto global.

“Há uma semana, assinei um decreto sobre a colocação de novos sistemas estratégicos terrestres em serviço de combate. Eles vão enfiar o nariz deles lá dentro também, ou o quê? Eles acham que tudo é tão simples assim? Que vamos deixá-los entrar lá assim?”, disse Putin no discurso.

Falando quase um ano depois de ordenar uma invasão que desencadeou o maior confronto com o Ocidente desde o período da Guerra Fria, Putin disse que a Rússia “resolverá consistentemente as tarefas que enfrenta” na Ucrânia.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que lamenta a decisão da Rússia de suspender sua participação no acordo New START e pediu que Putin reconsidere esta decisão. “Mais armas nucleares e menos controle tornam o mundo mais perigoso”, disse.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chamou o anúncio de Putin de profundamente infeliz e irresponsável. “Estaremos observando atentamente para ver o que a Rússia realmente faz. É claro que nos certificaremos de que, em qualquer caso, estejamos posicionados adequadamente para a segurança de nosso próprio país e de nossos aliados”, disse Blinken.

O presidente russo, Vladimir Putin, faz seu discurso anual na Assembleia Federal em Moscou, Rússia, em 21 de fevereiro de 2023 (Foto: Sputnik/Dmitry Astakhov/Kremlin)

O que é o tratado New START?

Assinado pelos presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev em 2010, o tratado New START limita o número de ogivas nucleares estratégicas que os Estados Unidos e a Rússia podem implantar em misseis ou armamentos.

Acordo entrou em vigor em 2011 e foi estendido em 2021 por mais cinco anos após a posse de Joe Biden. O acordo permite o acesso de inspetores dos EUA e da Rússia aos armamentos, para garantir que ambos os lados estejam cumprindo o tratado.

Sob o acordo, Moscou e Washington se comprometem a não implantar mais do que 1.550 ogivas nucleares estratégicas e 700 mísseis e bombardeiros de longo alcance.

Cada lado pode realizar até 18 inspeções de locais estratégicos de armas nucleares a cada ano para garantir que o outro não tenha violado os limites do tratado. No entanto, as inspeções sob o acordo foram suspensas em março de 2020 por causa da pandemia da Covid-19.

As negociações entre Moscou e Washington sobre a retomada das inspeções deveriam ocorrer em novembro passado no Egito, mas a Rússia as adiou e nenhum dos lados estabeleceu uma nova data.

Confronto nuclear

A Rússia disse no início deste mês que queria preservar o tratado, apesar do que chamou de uma abordagem destrutiva dos EUA para o controle de armas.

Juntos, a Rússia e os Estados Unidos possuem cerca de 90% das ogivas nucleares do mundo, e ambos os lados enfatizaram que a guerra entre as potências nucleares deve ser evitada a todo custo.

No entanto, a invasão da Ucrânia pela Rússia colocou os dois países mais perto de um possível confronto direto do que em qualquer momento nos últimos 60 anos.

Os Estados Unidos acusaram a Rússia de violar o tratado ao não permitir inspeções em seu território, enquanto Moscou alertou que a determinação do Ocidente de derrotar a Rússia poderia impedir que o tratado fosse renovado quando expirasse em 2026.

A Rússia disse no ano passado que o perigo de um conflito nuclear era real e não deveria ser subestimado, mas que deveria ser evitado a todo custo.

Tanto os EUA quanto a Rússia têm verificações para garantir que seus mísseis nucleares não possam ser usados acidentalmente, depois que anos de tensão durante a Guerra Fria levaram a alguns quase acidentes.

No entanto, os temores de um confronto nuclear aumentaram desde a invasão da Ucrânia. Putin lembrou ao mundo o tamanho e o poder do arsenal de Moscou e disse que está pronto para usar todos os meios necessários para defender a integridade territorial da Rússia.

Ministério de Defesa da Rússia divulga foto de teste de míssil balístico intercontinental feito em 2020 (Foto: Ministério de Defesa da Rússia)

Fonte: Yahoo!

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