19 de setembro, 2024

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Putin ordena expansão do Exército em meio a tensões com Otan; efetivo de combate ultrapassará EUA e se tornará 2º maior do mundo

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta segunda-feira (16) que o tamanho regular do exército russo seja aumentado em 180 mil soldados, totalizando 1,5 milhão de militares ativos. Essa expansão tornaria o Exército russo o segundo maior do mundo, menor apenas que o da China.

Em um decreto publicado no site do Kremlin, Putin ordenou que o tamanho total das forças armadas fosse aumentado para 2,38 milhões de pessoas, das quais 1,5 milhão seriam militares ativos. A ordem para expansão do contingente das Forças Armadas, terceira desde o início da guerra, ocorre em meio a tensões com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliados da Ucrânia.

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Segundo dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), um dos principais think tanks militares, tal aumento faria a Rússia ultrapassar os Estados Unidos e a Índia em termos de número de soldados de combate ativos disponíveis, ficando atrás apenas da China em tamanho. O IISS afirmou que Pequim tem pouco mais de 2 milhões de militares em serviço ativo.

A medida ocorre também enquanto as forças russas avançam no leste da Ucrânia em partes de uma extensa linha de frente de 1.000 km e tentam expulsar as forças ucranianas da região de Kursk, na Rússia.

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Embora a Rússia tenha uma população mais de três vezes maior que a da Ucrânia e tenha recrutado com sucesso voluntários em contratos lucrativos para lutar na Ucrânia, ela tem –assim como as forças de Kyiv – sofrido pesadas perdas no campo de batalha, sem sinais de que a guerra termine em breve.

Ambos os lados afirmam que o tamanho exato de suas perdas é um segredo militar.

Andrei Kartapolov, presidente do comitê de defesa da câmara baixa do parlamento russo, disse que o aumento no número de tropas ativas faz parte de um plano para reformular as Forças Armadas e aumentar gradualmente seu tamanho para se adequar ao que ele descreveu como a situação internacional atual e o comportamento de “nossos ex-parceiros estrangeiros”.

“Por exemplo, agora precisamos formar novas estruturas e unidades militares para garantir a segurança no noroeste (da Rússia), já que a Finlândia, com a qual fazemos fronteira, se juntou ao bloco da Otan”, disse Kartapolov ao jornal Parlamentskaya Gazeta, do parlamento russo.

“E para realizar esse processo, precisamos aumentar o número de tropas.”

Tensões com a Otan

A ordem para a expansão do Exército russo ocorre em meio a tensões do país com a Otan. Os integrantes do bloco são aliados da Ucrânia e estão discutindo permitir que o país comandado por Volodymyr Zelensky utilize mísseis de longo alcance fornecidos por aliados do Ocidente em bombardeios em solo russo.

Atualmente, a Ucrânia já tem esses mísseis, mas é autorizada a os utilizar apenas nas linhas de frente da guerra. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está ponderando se permite o uso dos mísseis pelos ucranianos – na semana passada ele se reuniu com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, para discutir a questão.

Entretanto, caso os EUA permitam o uso de mísseis de longo alcance da Otan pela Ucrânia, há a possibilidade de ainda manter vetado os armamentos fornecidos pelos americanos.

Terceiro aumento desde 2022

Desde 2022, Putin já havia ordenado dois aumentos oficiais no número de tropas de combate –em 137 mil e 170 mil soldados, respectivamente.

Além disso, a Rússia mobilizou mais de 300 mil soldados em setembro e outubro de 2022, em uma mobilização que levou dezenas de milhares de homens em idade de recrutamento a fugir do país.

No entanto, o Kremlin afirmou que não está planejada uma nova mobilização por enquanto e que a ideia é continuar contando com voluntários se inscrevendo para lutar na Ucrânia.

Dara Massicot, especialista em exército russo no think tank Carnegie Endowment for International Peace, questionou se a Rússia está pronta para arcar com os custos do aumento no número de militares ativos.

“Existem maneiras de manter uma força permanente de 1,5 milhão, mas o Kremlin não gostará delas se estiver realmente enfrentando o que isso exige”, afirmou Dara Massicot.

“Será que eles realmente conseguem aumentar o orçamento de Defesa para sustentar o processo de aquisição e essa exigência?”, questionou a especialista.

Dara Massicot, que publicou um relatório sobre o esforço da Rússia para regenerar seu Exército, disse que a Rússia poderia tomar a decisão impopular e difícil de expandir o tamanho do alistamento ou mudar a lei para permitir que mais mulheres trabalhem nas Forças Armadas para atingir tal objetivo.

“Fique de olho em sinais de que esta é uma iniciativa real para recrutar e expandir, e não apenas uma forma de intimidar os outros. O método atual de voluntariado está funcionando, mas com dificuldades. Essa expansão significa mais despesas e mais pressão”, disse Dara.

Fonte: G1

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