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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou em entrevista ao canal americano NBC, que não se importa se cidadãos russos interferiram nas eleições presidenciais norte-americanas, porque, segundo ele, não foi o Kremlin. A entrevista exclusiva foi gravada no dia 1º de março em Kaliningrado, na Rússia, e divulgada neste sábado (10).
No mês passado, o procurador-especial americano Robert Mueller, que lidera uma investigação sobre um possível conluio entre a equipe da campanha de Donald Trump e Moscou nas últimas eleições, acusou formalmente 13 russos de estar por trás de uma operação apoiada pelo Kremlin para divulgar informação falsa e interferir na eleição através das redes sociais. Três empresas russas também foram acusadas.
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“E se foram mesmo russos?!”, disse Putin sobre os indiciados na entrevista à NBC. “Há 146 milhões de russos. E daí? Eu não me importo. Não poderia me importar menos… Eles não representam os interesses do Estado russo”.
O presidente russo disse que ucranianos, tártaros ou “judeus” podem ter interferido nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016, mas não o Kremlin.
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“Talvez sequer sejam russos. Talvez sejam ucranianos, tártaros ou judeus, mas com cidadania russa (…). Até isso precisa ser checado. Ou talvez tenham dupla cidadania ou um green card. Talvez foi os americanos quem lhes pagaram por isto”, afirmou.
“Como decidiram que as autoridades russas, inclusive eu, demos alguma permissão para isto?” – questionou Putin na entrevista.
A acusação e Mueller não diz se a campanha Trump teve relações estreitas com o Kremlin, algo que Mueller ainda investiga.
Apesar da acusação de Mueller, Putin insiste em que não há nenhuma prova por enquanto de que a suposta ingerência russa tenha infringido alguma lei. Quando questionado se não se importava de que russos possam ter interferido na democracia americana, ele respondeu:
“Na Rússia não podemos processar ninguém que não tenha violado a lei russa (…). Que ao menos nos enviem um papel, um documento, façam um pedido oficial. Aí veremos isto”, sugeriu.
Segundo Mueller, a estratégia russa começou em 2014, a princípio com um esforço para desacreditar o sistema político americano. Mas em meados de 2016, o plano a cargo de Yevgeny Prigozhin, um homem ligado a Putin, passou a se concentrar no ataque à imagem da candidara democrata Hillary Clinton para auxiliar na eleição de Trump.
O indiciamento de Mueller vai ao encontro de uma avaliação da inteligência dos EUA em janeiro de 2017, que avaliou que a Rússia se intrometeu nas eleições e que seus objetivos eventualmente ajudaram Trump. Em novembro de 2016, Trump conquistou uma vitória surpreendente sobre a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton.
Fonte: Yahoo!