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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, demitiu neste domingo (12) seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, um dos principais nomes à frente dos ataques na Ucrânia.
A demissão, inesperada, acontece em um momento de avanço da Rússia nas linhas de frente no país vizinho, depois de mais de um ano de estagnação.
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Até a publicação desta reportagem, o governo russo não havia explicado por que Putin decidiu afastar Shoigu, que era um de seus principais aliados e estava no cargo havia mais de 11 anos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse apenas que o governo quer alguém “aberto à inovação” à frente da pasta, a mais importante de seu governo desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia, há mais de dois anos.
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“O Ministério da Defesa deveria estar absolutamente aberto à inovação, à introdução de todas as ideias avançadas”, disse Peskov.
Ainda segundo Peskov, o líder russo propôs ao Parlamento do país o nome de Andrei Belousov, um economista que ocupava o posto de vice-primeiro-ministro, para assumir a Defesa.
A mudança foi feita na semana em que Vladimir Putin assumiu oficialmente um novo mandato, para o qual foi reeleito em março deste ano. E no momento em que a Rússia vem conseguindo avançar significativamente nas linhas de frente no leste da Ucrânia, onde ocorre a maior parte dos combates com tropas ucranianas.
Segundo o Instituto para o Estado da Guerra, dos Estados Unidos e que monitora diariamente a situação nos fronts de batalha desde o início da guerra, as tropas russas também estão conseguindo abrir novas frentes no norte do país.
O avanço sem dificuldade, na avaliação do instituto, ocorre por conta do atraso das ajudas internacionais à Ucrânia, principalmente dos Estados Unidos, o que deixou as forças de Kiev com armamentos e tropas comprometidos.
Pivô de briga com Grupo Wagner
A decisão de Putin de demitir Sergei Shoigu foi inesperada, já que o agora ex-ministro da Defesa era um forte aliado do presidente russo.
Shoigu, de quem, segundo a imprensa russa, Putin era amigo pessoal, foi o “pivô” da briga de Putin com o ex-líder do Grupo Wagner, Yevgny Prigozhin.
Prigozhin, que estava em um avião que caiu em Moscou no ano passado, vinha se queixando abertamente de Shoigu antes de morrer. Ele acusava o então líder da Defesa de não repassar verbas para o Grupo Wagner, um grupo de mercenários que lutavam na Ucrânia ao lado das tropas russas.
Prigozhin também era amigo pessoal de Putin, mas o líder russo rompeu com ele depois das críticas a Shoigu e de o Grupo Wagner se rebelar contra a Rússia e marchar até Moscou, em junho do ano passado.
Fonte: G1 – Foto: Ministério da Defesa russo/Reprodução