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Em um final de semana de intensa negociação, o Partido dos Trabalhadores oficializou o nome do comerciante e ex-vereador Cláudio Aparecido Alves Da Silva (Claudião) como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Priscila Firmino.
Definição ocorreu poucas horas antes da expiração do prazo dado pela Justiça Eleitoral para que a coligação “Juntos com a Força do Povo”, substituísse a assistente social Aparecida Franco, do PCdoB, que teve a candidatura impugnada devido a irregularidades em documentos de registro.
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A candidatura da vice foi impugnada pela Justiça Eleitoral após a coligação “Juntos com a Força do Povo”, após os documentos serem rejeitados, em 8 de outubro. Havia o período de dez dias para a substituição do nome, que expirou nesta segunda-feira, 19, sob o risco de ter a candidatura da chapa rejeitada em definitivo.
Durante todo o final de semana reuniões foram feitas entre o PT e PCdoB, em busca de um nome para ocupar a vaga de Aparecida Franco. Dois nomes foram cogitados entre os petistas, mas acabaram declinando da oferta em se tornar vice nesta eleição. A coligação apresentaria nesta segunda-feira, 19, documento desistindo da campanha, mas movimentação interna fez com que o nome do ex-vereador ganhasse força entre os filiados.
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O PT corria o risco de, pela primeira vez desde sua fundação, ainda na década de 1980, não disputar uma eleição para a Prefeitura de Botucatu.
O imbróglio sobre a definição do novo candidato a vice gerou mal estar no âmbito interno do partido, onde Priscila Firmino teria recusado a oficializar a desistência ainda na segunda-feira, 19.
A presidente do Diretório Municipal do PT em Botucatu, dos Santos Lyma, ressaltou que a situação da impugnação não muda a relação com o PCdoB, a quem classificou como “positiva, por novamente ver os dois partidos em alinhamento ideológico nas eleições municipais novamente”. O partido, no entanto, manterá as candidaturas de seus cinco postulantes ao Legislativo botucatuense.
Já para o presidente do PCdoB, Osmir Ribeiro, frisa que não havia nenhum nome por parte da legenda para que substituísse Aparecida Franco e classificou a impugnação como “constrangedora”. No entanto, reafirma que o episódio não afetará a relação que possuem com o PT. “Os dois partidos continuam juntos na expectativa de montar um grupo forte da esquerda em Botucatu, até mesmo para uma futura eleição”, frisou.
Quanto à possibilidade de desistência da campanha por parte da coligação, reforça que o debate eleitoral perderia sem a presença de partidos da esquerda ou centro esquerda (o ex-prefeito Mário Ielo teve a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral na última sexta-feira, 16 de outubro). “A Cidade perde com a impossibilidade da esquerda não poder falar sobre suas propostas e tínhamos na Cida (Aparecida Franco), a pessoal ideal do PCdoB neste momento”, salientou Ribeiro.
Esta seria a primeira vez na História política botucatuense que duas mulheres negras concorreriam à Prefeitura Municipal. Cláudio Silva foi vereador entre 2004 e 2007.
Partido enfrenta retração nas intenções de votos desde 2012
O PT administrou Botucatu durante os dois mandatos do então prefeito e agora candidato impugnado pelo PDT, Mário Ielo, entre os anos de 2001 e 2008. No entanto, com as crises de imagem em âmbito nacional, com escândalos como o Mensalão, o impeachment de Dilma Rousseff, a Operação Lava Jato e a prisão de seu principal nome, o ex-presidente Lula, a legenda sofreu forte retração de seu eleitorado.
Em 2012, obteve 27.531 votos (40,94% da preferência) na tentativa de Mário Ielo em retornar à Prefeitura, que disputava com o então prefeito João Cury Neto (PSDB). Nas eleições de 2016, com o jornalista Érick Facioli, recebeu 1.495 votos, representando 2,23% dos votos válidos.
Flávio Fogueral