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A maior ponte do estado de São Paulo, com quase 2,5 quilômetros de extensão, está sendo duplicada. Ela fica sobre o Rio Tietê e liga Pongaí (SP) a Novo Horizonte (SP) e toda obra representa um risco para a fauna do rio.
Por causa disso, a concessionária responsável pelo trecho da SP-333 onde fica a Ponte Gilberto Paim Pamplona e uma empresa de serviço ambiental estão desenvolvendo um trabalho para garantir a conservação e proteção dos peixes.
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Um longo e complexo trabalho de engenharia já começou no local. Nesta fase inicial, a concessionária está fazendo o aterramento na cabeceira do rio. É preciso elevar o nível em 4 metros para a pista ser construída.
Para isso, primeiro eles fazem uma “cama” de rochas para dar sustentação e depois jogam terra até atingir a altura certa. Ao jogar as rochas no rio, isso poderia representar um risco para os peixes que vivem às margens do Rio Tietê, aumentando o índice de mortalidade deles.
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Desde o início das obras, a concessionária e a empresa de serviço ambiental estão desenvolvendo um trabalho específico para garantir a conservação das espécies que vivem nessas águas.É o chamado resgate de fauna.
“A obra toda tem previsão de conclusão até dezembro de 2026, mas essa atividade específica de resgate de peixes, ela deve ir até fevereiro de 2025 agora. Isso é quando a gente finaliza essa etapa de alargamento dos aterros e reposição de rochas. Depois disso, toda a interferência que será feita, será feita sem interferência direta no recurso hídrico”, explica o gerente de Meio Ambiente da concessionária, Osnir Giacon.
Primeiro, eles colocaram uma contenção de 400 metros próxima à margem do rio para impedir que os peixes se aproximem do local das obras. É uma espécie de rede, feita de geotêxtil. Mesmo assim alguns peixes acabam ultrapassando ou mesmo já estavam do lado da margem. Aí entra o trabalho de captura.
Os funcionários jogam a tarrafa, usam rede ou um barco para retirar os peixes da margem e todos são estudados. Eles analisam a espécie, tamanho, peso e as espécies nativas, como lambari e traíra, são devolvidas ao rio a uma distância segura. Já as espécies invasoras como a tilápia, são abatidas.
“Nós temos um trecho médio do Rio Tietê que foi muito influenciado pelas barragens. Então algumas espécies foram soltas, que são espécies da Amazônia, por exemplo. A gente tem uma espécie muito comum que veio da Amazônia que é o porquinho, a gente tem a tilápia. Muitos peixes que não são nativos foram soltos aqui e isso predomina nas espécies resgatadas ”, afirma Welber Smith, biólogo e coordenador do projeto.
Não são só os peixes que vivem no local. Os biólogos também monitoram capivaras, lontras e até uma cobra sucuri de 4 metros e cerca de 100 quilos está vivendo tranquilamente às margens do rio.
A obra de duplicação da ponte deve terminar só no final de 2026. Já o trabalho de resgate dos peixes segue até fevereiro do ano que vem, que é quando terminam as obras de alargamento da rodovia.
“Como toda obra de infraestrutura, ela passou por um processo de licenciamento. Então, nós tivemos a licença prévia e a licença de instalação, ambas obtidas pela Cetesb, que a companhia ambiental do estado e dentro essa licença existe uma série de condicionantes e uma das condicionantes é esse trabalho de resgate da fauna. Não só a do rio, mas também os animais que vivem no entorno”, finaliza o gerente de Meio Ambiente.
Fonte: G1