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Proibidas de frequentar estádios de futebol em seu país, algumas iranianas que foram à Rússia puderam assistir a um jogo pela primeira vez na estreia da seleção do Irã nesta sexta-feira (15), em São Petersburgo. Os iranianos venceram o Marrocos por 1 a 0.
“Precisamos vir aqui, a 4.217 quilômetros, para estar em um estádio como uma família. Por que? Isso é estúpido”, disse Amin, que não quis dizer seu sobrenome à agência Associated Press e estava acompanhado de sua mulher.
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Durante a partida, eles exibiram um cartaz com a frase “a 4.217 quilômetros para estar em um estádio como uma família”. A esposa dele não quis revelar seu nome, por temor de uma possível reação ao voltar ao Irã, mas disse que estava extremamente feliz por finalmente poder entrar em um estádio para torcer por seu país.
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O sentimento foi compartilhado pela jovem Nazanin, que também não quis informar o sobrenome à AP, e que disse estar “muito animada” por sua primeira ida a um estádio na vida.
Durante o jogo desta sexta, dois cartazes apoiando a presença de mulheres em estádios iranianos foram exibidos por torcedores. Um deles dizia “Apoie mulheres iranianas para frequentar estádios” e o outro pedia “deixem mulheres iranianas entrarem em seus estádios”.
Jogadores da seleção também já declararam apoio ao fim do banimento, como o capitão iraniano, Masoud Shojaei, que disputa sua terceira Copa do Mundo, e Ali Karimi, que foi atleta do Bayern de Munique e disputou 127 jogos pela seleção.
Promessa
O governo iraniano chegou a prometer que permitiria que mulheres, acompanhadas dos maridos, assistissem à partida desta sexta em telões instalados em locais públicos, como estádios e parques, mas voltou atrás pouco antes do evento.
Em 1º de março, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, recebeu o presidente da Fifa, Gianni Infantino, e afirmou que existiam planos para autorizar “em breve” a presença de mulheres em estádios do país. No mesmo dia, porém, um grupo de torcedoras foi detido perto do estádio Azadi, durante uma partida entre Esteghlal e Persepolis.
Segundo a Reuters, porém, o grupo OpenStadiums, que está fazendo campanha pelo direito de as mulheres assistirem a competições esportivas na República Islâmica, disse que promessa semelhante já havia sido feita em 2013 a Joseph Blatter, o antecessor de Infantino.
Fonte: Yahoo!